Projeto «Nisreen» reverte a favor da missão da Plataforma de Apoio aos Refugiados
Lisboa, 17 mar 2017 (Ecclesia) – O espetáculo de dança contemporânea 'Nisreen', inspirado na história de uma jovem refugiada síria, sobre a palco hoje e este sábado, a partir das 21h30, auditório do Colégio Pedro Arrupe, em Lisboa.
“A arte, como a solidariedade, não tem fronteiras”, recordam os promotores da iniciativa, que nasceu a partir da missão de uma voluntária da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR)em Lesbos, na Grécia.
“Movida pelo sonho humanitário”, Rita Coelho seguiu para solo helénico, hoje ponto de passagem e de esperança para tantas pessoas, e viveu “de perto a realidade dos refugiados”.
Algo que “mudou completamente a sua maneira de olhar para o mundo e para a humanidade”.
“Quando cheguei da missão, sentia uma grande responsabilidade em dar voz a estas histórias, mas tinha dificuldade em traduzi-las por palavras, em ser fiel àquilo que testemunhei. As palavras não chegavam”, frisa a voluntária PAR, médica pediatra de formação.
Uma das histórias que Rita Coelho quis contar foi a de Nisreen, uma jovem natural de Damasco, a capital da Síria, que teve de fugir do seu país por causa da guerra que já perdura ali há cerca de seis anos.
Nisreen saiu da Síria acompanhada pelo irmão de 13 anos, deixando para trás familiares e amigos, e o curso de engenharia que estava a completar, para viajar pela Turquia e através do Mediterrâneo até à Ilha de Lesbos.
Foi ali que conheceu Rita Coelho, em abril de 2016, enquanto a voluntária portuguesa servia como tradutora no campo de refugiados.
Do primeiro contacto à amizade foi um instante e desde logo cresceu na mente de Rita a vontade de contar a história de Nisreen.
Algo que se tornou possível agora “através da dança” e da ajuda da coreografa e bailarina Carolina Themudo, da Escola Superior de Dança de Lisboa.
As pessoas vão poder ver “o drama humano”, mas também as histórias de “esperança, de luta e de vida que estão por detrás de cada um dos refugiados”, hoje e este sábado, a partir das 21h30, no auditório do Colégio Pedro Arrupe, em Lisboa.
No caso de Nisreen, depois de muitos meses de espera e indefinição, ela e o seu irmão estão atualmente colocados na Holanda.
Numa frase que acompanha o espetáculo, a jovem deixa uma ideia que aprendeu a valorizar: “Se surgir uma nova porta deves ter coragem para a abrir”.
Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a organização explica que a receita deste evento reverte a favor do trabalho da Plataforma de Apoio aos Refugiados.
Um organismo que em Portugal já contribuiu para o acolhimento de centenas de famílias e pessoas em risco, vindas de países como a Síria, o Iraque e o Sudão do Sul.
JCP/CB