Patriarca de Lisboa presidiu à Missa de encerramento do Ano Santo de 2025
Lisboa, 28 dez 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa afirmou hoje que o fim das celebrações do Jubileu abre caminho para uma nova missão, desafiando as famílias cristãs a tornarem-se “celeiros de humanidade” e “altares da esperança”.
“Na gramática do Espírito, encerrar não é terminar. Concluir não é fechar uma porta; é consagrar um limiar atravessado. O Jubileu não fica para trás como memória estática: permanece em nós como configuração interior, como forma nova de estar no mundo”, declarou D. Rui Valério, na homilia da Missa a que presidiu na Catedral.
Falando na festa da Sagrada Família, que integra o tempo litúrgico do Natal, o patriarca sublinhou que a vivência deste Ano Santo deve perdurar como uma marca identitária da diocese, transformando os fiéis em peregrinos cujo passo “dá sentido ao tempo”.
Partindo da liturgia do dia, que relata a fuga da Sagrada Família para o Egito, D. Rui Valério estabeleceu um paralelo com a figura bíblica de José do Antigo Testamento, que geriu os celeiros do Faraó, para definir a missão dos lares cristãos na atualidade.
“Que cada lar da nossa diocese se torne um verdadeiro “celeiro de humanidade”, onde se aprende a levantar-se depois da queda, a proteger a vida em todas as suas fragilidades e a reconhecer, mesmo na noite escura, a voz fiel de Deus que chama”, pediu, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
Para D. Rui Valério, a esperança cristã tem uma dimensão doméstica, sem se esgotar nela.
“A mesa de casa é o primeiro altar da esperança, mas dela somos enviados ao mundo”, sustentou, acrescentando que a missão nasce no quotidiano, mas “não se encerra no espaço das suas paredes”.
Na sua homilia, o patriarca destacou o imperativo “Levanta-te”, dirigido pelo anjo a São José, como uma ordem de marcha para a Igreja de Lisboa no pós-Jubileu.
“Ide, levantai-vos, tomai o Menino – a vida que vos foi confiada, a promessa que vos habita, o futuro que Deus prepara – e caminhai sem medo”, exortou.
A concluir a celebração, D. Rui Valério confiou os frutos do Ano Santo à Virgem Maria, pedindo a sua intercessão para que os católicos continuem a ser “cultivadores da Esperança”.
“Maria ensina-nos a arte paciente de guardar e cultivar a esperança no coração, mesmo quando o futuro parece incerto, mesmo quando o caminho exige partir de noite”, rematou.
Convocado pelo Papa Francisco através da bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), o Ano Santo encerra-se este domingo nas dioceses de todo o mundo.
O 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja Católica, iniciado na Noite de Natal de 2024, terá a sua conclusão a 6 de janeiro de 2026, no Vaticano, sob a presidência de Leão XIV, com o fecho da Porta Santa na Basílica de São Pedro.
OC
