Novo patriarca aponta a «renovação» da Igreja e da sociedade
Lisboa, 10 ago 2023 (Ecclesia) – D. Rui Valério, novo patriarca de Lisboa, defendeu hoje a necessidade de manter viva a dinâmica lançada pela JMJ 2023, como projeto de “renovação” da Igreja e a da sociedade.
“O grande projeto de nova humanidade, que deve surgir da Jornada Mundial da Juventude, esse projeto de transformação do mundo e da humanidade, começa no interior de cada um de nós”, indicou o responsável, em mensagem vídeo, divulgada horas após a sua nomeação pelo Papa Francisco, divulgada às 11h00 de Lisboa.
A primeira edição internacional da JMJ em território português decorreu de 1 a 6 de agosto, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa no Parque Tejo.
“Vamos levar para a história, para o tempo, aquilo que no coração, no nosso coração, no coração da Igreja, no coração do Patriarcado, no coração de cada um de nós, aconteceu e o Senhor realizou”, apela o novo patriarca.
Para D. Rui Valério, é importante projetar nas comunidades católicas um percurso em “sinodalidade”, com “todos juntos, de mãos dadas”, como pede o Papa Francisco.
Lisboa, hoje, significa esperança, significa alegria, significa ser fermento na massa, ser anúncio do Evangelho e de uma palavra de vida numa sociedade que tem tanta fome e tanta sede dessa palavra”.
O responsável diz assumir a liderança do Patriarcado num momento de muita “importância e esperança” para a Igreja e a sociedade, após a realização da JMJ 2023, um “acontecimento maravilhoso”.
“Lisboa tornou-se a capital da juventude e, ao mesmo tempo, a grande cidadela do futuro e da esperança”, afirma, realçando que Deus “continua a tocar o coração da humanidade”, particularmente o dos jovens.
D. Rui Valério, de 58 anos de idade, foi nomeado hoje pelo Papa como novo patriarca de Lisboa, sucedendo a D. Manuel Clemente, no cargo desde 2013, que completou 75 anos, idade limite imposta pelo Direito Canónico para o exercício da missão.
“Agradeço ao Senhor por me ter chamado a um serviço que, ao mesmo tempo, congrega um grande prestígio, uma grande honra, mas uma enorme responsabilidade”, afirma o novo patriarca.
O responsável católico destaca o “clima e contexto de prontidão”, em que é divulgada a sua nomeação.
“Os últimos dias foram dias de ‘sim, faça-se a vossa vontade’. Um ‘sim’ pronunciado por milhares e milhares de jovens. Sinto-me feliz, alegre, sinceramente, por poder fazer coro com esse sim, no momento em que o Senhor me chama a uma nova etapa e uma nova missão”, observa.
D. Rui Valério admite algum “temor” perante a dimensão da nova missão que lhe é confiada, que diz assumir com “disponibilidade total”.
“Antes de mais, disponibilidade para escutar, escutar os jovens. Acredito que, nos últimos dias, a Jornada Mundial da Juventude foi um autêntico Pentecostes, uma experiência de cenáculo, onde o Senhor comunicou e transmitiu uma mensagem a cada um”, afirma.
O novo patriarca fala em novos projetos de “renovação” da Igreja e da sociedade.
“É a hora e é o momento de nos congregarmos todos, novamente, de nos reunirmos para partilharmos uns com os outros o que os discípulos partilhavam no cenáculo, essa experiência interior, essa transformação vivida em cada um”, precisa.
D. Rui Valério aponta ao coração de cada pessoa como “fonte de transformação”.
A mensagem em vídeo, que se segue a um texto de saudação, divulgado esta manhã, manifesta uma “disponibilidade total” para “estar presente, participar e partilhar de todos os momentos, das grandes esperanças, de todos os projetos”.
“Obrigado pelas vossas felicitações e pelo vosso acolhimento”, conclui.
PR/OC
D. Rui Manuel Sousa Valério, religioso da congregação dos Padres Monfortinos, fez a profissão perpétua em outubro de 1990 e recebeu a ordenação sacerdotal a 23 de março de 1991, em Fátima.
Como sacerdote, esteve nas paróquias do Concelho de Castro Verde, na Diocese de Beja, primeiro como coadjutor, de 1993 a 1995, e depois como pároco, de 2001 a 2007. Foi também coadjutor na Póvoa de Santo Adrião, no Patriarcado de Lisboa, de 1996 a 2001 e nomeado pároco em 2001, missão que exercia antes de ser nomeado bispo pelo Papa Francisco, a 27 de outubro de 2018. Em 2016, durante o Jubileu da Misericórdia, o novo patriarca foi um dos 1071 sacerdotes enviados pelo Papa Francisco como “missionário da misericórdia” às comunidades de todo o mundo. D. Rui Valério foi ordenado bispo a 25 de novembro de 2018 no Mosteiro dos Jerónimos, em cerimónia presidida por D. Manuel Clemente. Na Conferência Episcopal Portuguesa, tem funções de delegado para as relações bispos/vida consagrada e é membro da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização. |