Lisboa: D. Manuel Clemente dirigiu um «pedido de perdão institucional e convicto» às vítimas de abuso sexual

Cardeal-patriarca agradeceu ao clero da diocese, indicando que será a «última» vez que se dirige aos presbitério na qualidade de bispo diocesano

Foto Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 06 abr 2023 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa dirigiu um “pedido de perdão institucional e convicto” às vítimas de abuso sexual e disse que “todos” estão comprometidos para fazer das comunidades “lugares saudáveis e seguros”.

Na homilia da Missa da manhã de Quinta-feira da Semana Santa, D. Manuel Clemente deixou uma palavra de gratidão ao clero, afirmando que será a “última” Missa Crismal em que se dirige à diocese na condição de patriarca de Lisboa, referiu-se à “dimensão da tarefa” de preparar a Jornada Mundial da Juventude e lembrou tudo o que foi feito e o que deve ser concretizado para “superar a crise dos abusos de menores e pessoas vulneráveis, apoiando as vítimas e prevenindo o futuro”.

“Às vítimas, dirijo de novo o pedido de perdão institucional e convicto, bem como a disposição de apoiar quem necessite”, sublinhou o cardeal-patriarca de Lisboa

D. Manuel Clemente referiu que, desde que foi criada Comissão Diocesana de Proteção de Menores, em 2019, o objetivo foi ultrapassar o problema dos abusos de menores, propósito assumido no presente “ainda mais” por causa dos casos que “tocam de perto” o Patriarcado de Lisboa.

Com tudo isto e o mais que se faça, compartilho a disposição firme de fazer das nossas comunidades lugares saudáveis e seguros, servidos por agentes pastorais, ordenados ou leigos, à altura duma missão que o tempo torna particularmente sensível e exigente. Todos estamos comprometidos nisto e certamente não falharemos”.

O cardeal-patriarca de Lisboa referiu-se depois à preparação da Jornada Mundial da Juventude, que vai trazer uma “multidão juvenil dos cinco continentes” a Lisboa no verão deste ano, “como nunca” aconteceu em Portugal.

“Esta dimensão da Jornada, cujo principal protagonista será o próprio Papa, requereu a anuência e a colaboração substancial das entidades civis, que desde o primeiro momento a consideraram de grande interesse nacional e local”, lembrou D. Manuel Clemente.

Não podemos desaproveitar esta oportunidade para o rejuvenescimento da Igreja em Portugal, contando agora e depois com tantos milhares de jovens e com a experiência criativa e responsabilizada que assim ganharam. Neste sentido, o maior impacto da Jornada, além dos dias em que decorre, será o seu depois”.

D. Manuel Clemente dirigiu uma palavra de gratidão ao clero de Lisboa, lembrando que a será “última” Missa Crismal em que se dirige à diocese como bispo diocesano.

“Uma última coisa vos quero dizer, porque também última será certamente a Missa Crismal em que vos falo na presente condição: E a palavra que vos deixo é de gratidão a vós e de ação de graças a Deus, pelo presbitério que integrei como padre, bispo auxiliar e desde 2013 como patriarca”, afirmou.

O cardeal-patriarca referiu-se às “falhas, reais ou supostas”, que são “mais mediatizadas do que a caridade pastoral” do conjunto dos padres da diocese, apontando para a necessidade de corresponder “cada vez mais e melhor” à vocação sacerdotal.

“Que a tristeza não encubra o bem que fazeis e a realidade que tão positivamente sois, confirmada por tantos que beneficiam da vossa ação”, referiu D. Manuel Clemente

“Agradeço-vos muito e sempre”, concluiu o patriarca de Lisboa.

Na Missa Crismal celebrada na manhã de Quinta-feira Santa, os sacerdotes renovaram os compromissos assumidos no dia da ordenação sacerdotal, numa celebração onde foram abençoados os óleos dos enfermos e dos catecúmenos e foi consagrado o óleo do crisma.

PR

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Agência ECCLESIA

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