Cardeal português vive «experiência bonita», como emérito, partilhando conhecimento da «vida da Igreja» a partir do estudo da História
Lisboa, 22 jan 2025 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, patriarca emérito de Lisboa, celebra hoje 25 anos de ordenação episcopal, “com sentimentos de ação de graças”, e uma agenda mais dedicada à História, onde ganha “outro conhecimento da vida da Igreja em Portugal” e no mundo.
“Eu costumo dizer que até ao verão de 2023 tinha um estabelecimento que era aqui, a Diocese de Lisboa, agora, sou mais ou menos caixeiro-viajante. Graças a Deus que é assim, é sinal de que ainda posso fazer alguma coisa e que as pessoas contam comigo e pedem muitas coisas, de muito lado”, disse D. Manuel Clemente, à Agência ECCLESIA.
O cardeal português, especialista em História da Igreja, sobre esta “experiência bonita nesta outra etapa da vida” acrescenta que, “tanto quanto é possível”, quando o convidam para encontros vai e ganha “outro conhecimento da vida da Igreja em Portugal e algumas coisas também lá fora”.
D. Manuel Clemente foi ordenado bispo no dia 22 de janeiro de 2020, há 25 anos, no Mosteiro dos Jerónimos, uns meses após a nomeação como bispo auxiliar de Lisboa pelo Papa João Paulo II, quando era reitor do Seminário dos Olivais.
“Ainda hoje me surpreendo com aquilo que aconteceu na altura o Papa João Paulo II, São João Paulo II, se tem lembrado, tanto quanto os colaboradores lhe indicaram o meu nome para me nomear para bispo auxiliar do saudoso cardeal D. José da Cruz Policarpo”, referiu.
As bodas de prata de ordenação episcopal estão a ser celebradas, por D. Manuel Clemente, “com sentimentos de ação de graças”, os primeiros sete anos foram vividos como bispo auxiliar de Lisboa (200/2027), depois foi nomeado bispo do Porto, onde esteve mais sete anos (2007/2013), e regressou a Lisboa, onde foi o 17º patriarca, durante 10 anos (2013/2023); o Papa Francisco nomeou o seu sucessor, D. Rui Valério, no dia 10 de agosto de 2023.
“Tantas coisas que aconteceram e é também interessante acontecer num jubileu, naquela altura estávamos precisamente no Jubileu do Ano 2000 e, agora, estamos no Jubileu do ano 2025, e daí o júbilo acrescentado à ação de graças, que não posso deixar de dar a Deus. Apesar de tudo aquilo que são as minhas debilidades e fraquezas, alguma coisa se conseguiu fazer com outros, numa sinodalidade permanente”, desenvolveu o patriarca emérito.
Como bispo do Porto, entre 2007 e 2013, destaca-se, por exemplo, o Projeto ‘Missão 2010’, com ações em cada mês, e o Ano da Fé, celebrado em todo o território diocesano, e, dos 10 anos seguintes, no Patriarcado de Lisboa, D. Manuel Clemente lembra dois acontecimentos marcantes, a caminhada sinodal (2014-2016) e a Jornada Mundial da Juventude, a JMJ Lisboa 2023, “maior em termos de projeção mundial”.
“A nível mundial, com certeza, a Jornada da Juventude, a nível diocesano, também a Jornada da Juventude, mas a prática sinodal que isso envolveu; a nossa prática sinodal, entre 2014 e 2016, com centenas de grupos sinodais da diocese, com a participação de mais de 20 mil pessoas nas reflexões, isso já foi, digamos, um preâmbulo àquilo que agora nos é proposto com esta experiência sinodal recente em Roma”, acrescentou.
No Programa ECCLESIA, transmitido esta quarta-feira na RTP2, D. Manuel Clemente lembrou também o combate aos abusos sexuais na Igreja Católica, que “foi fortíssimo em Lisboa”, com a criação “da primeira comissão diocesana” para a Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis, em abril de 2019.
“Desde o princípio tivemos sempre muito atentos para resolver essa gravíssima problemática, como continuamos, certamente, para que a Igreja seja um espaço bonito de confiança e de liberdade para que as pessoas cresçam em Cristo”, concluiu o patriarca emérito de Lisboa.
No âmbito do Ano Santo 2025, D. Manuel Clemente, especialista em História da Igreja, regressou ao espaço televisivo da Igreja Católica na RTP2 – o Programa Ecclesia -, em dezembro de 2024, para apresentar a ‘História do Jubileu’, em cada quinta-feira.
PR/CB/OC
O patriarca de Lisboa convocou “toda a diocese” para participar na Missa da Solenidade de São Vicente (diácono e mártir), padroeiro do Patriarcado diocesano, ocasião em que será assinalado o Jubileu Episcopal de D. Manuel Clemente, esta quarta-feira, dia 22 de janeiro, pelas 19h00, da Sé.
“Este 22 de janeiro de 2025 é não só ocasião, mas sobretudo uma oportunidade para darmos graças a Deus pela vida e pelo ministério do Senhor D. Manuel Clemente, Patriarca Emérito; peço aos Párocos e outros responsáveis de comunidades cristãs que convoquem todos os fiéis a participar nesta celebração”, escreve D. Rui Valério, na carta aos diocesanos. A Universidade Católica Portuguesa (UCP) também vai homenagear D. Manuel Clemente, que foi magno chanceler desta universidade durante 10 anos, esta quinta-feira, dia 23 de janeiro, a partir das 17h30, no Auditório Cardeal Medeiros, na sede da instituição em Lisboa; do programa destaca-se a presença do presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, e de D. Rui Valério, magno chanceler da UCP, entre outros convidados. |