Lisboa: Comunidade de Santo Egídio lança projeto nos bairros de Alfama e Mouraria

D. Manuel Clemente destaca «sinal de esperança» para duas comunidades marcadas por problemas como a pobreza e a violência doméstica

Lisboa, 30 set 2015 (Ecclesia) – A Comunidade de Santo Egídio iniciou atividades junto dos bairros de Alfama e da Mouraria, com o objetivo de ir ao encontro das necessidades das populações mais carenciadas daquela região de Lisboa.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Edgar Clara, pároco local, disse que o principal objetivo é contribuir para a resolução de problemas como a “pobreza” e a “violência que existe muitas vezes no seio familiar” e que “tem de ser apaziguada”.

Um dos projetos que a Comunidade de Santo Egídio quer implementar em Alfama e na Mouraria é a chamada “Escola da Paz”, em que os membros da Comunidade dedicam especial atenção às crianças de famílias marcadas pela violência doméstica.

Através desta ação, é possível “ajudar” os mais novos a “perceber que é possível a paz, que é possível cortar com o elo da violência que já vem de pais para filhos”, sublinha o padre Edgar Clara.

Frisando que estes problemas não são específicos daqueles bairros, o sacerdote chamou ainda a atenção para os “muitos focos de tensão” que se geram “entre os jovens” e que também devem funcionar como um desafio à ação pastoral e comunitária.

“Esta vinda da Comunidade de Santo Egídio é uma semente que eu espero que daqui a muitos anos, o meu sucessor possa colher. É evidente que precisamos de ter outras pessoas que se juntem à Comunidade, pois este trabalho de solidariedade só será possível se formos muitos a fazê-lo”, exortou.

O início das atividades da Comunidade de Santo Egídio nos dois bairros históricos da Diocese de Lisboa foi marcado por uma missa na igreja de São Miguel, presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.

Destaque para a presença na celebração de Marco Implagliazzo, presidente internacional da Comunidade de Santo Egídio.

D. Manuel Clemente classificou o projeto como “um grande sinal de esperança”, recordando que na origem da Comunidade de Santo Egídio, em Roma, esteve o desejo de ir ao encontro de uma “realidade próxima” da dos bairros de Alfama e da Mouraria, de “acompanhar todo o tipo de carências de corpo e de espirito, que não faltam”.

“Por isso foi com muito gosto que imediatamente acompanhei a iniciativa”, salientou.

O responsável internacional da Comunidade de Santo Egídio referiu que a ação da instituição católica em Alfama e na Mouraria vai assentar sobretudo na “oração e no serviço aos mais pobres”.

Marco Implagliazzo mostrou-se “muito satisfeito” por ver chegar Santo Egídio a um território que classificou como “o coração de Lisboa” e que “se assemelha tanto ao bairro de Trastevere, em Roma, onde a Comunidade nasceu” em 1964.

Para já, a Comunidade de Santo Egídio vai começar a rezar na igreja de São Miguel, em Alfama, todas as quintas-feiras às 20h00.

Um momento de oração semanal aberto a todas as pessoas, onde serão acolhidos aqueles que precisem de ajuda ou que queiram também participar no serviço que a Comunidade quer prestar às famílias mais carenciadas da região.

JCP

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Agência ECCLESIA

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