Padre Arsénio Isidoro defende que «não há outro caminho» para contrariar «registo de números e opções políticas» que não cuidam das necessidades do Homem
Lisboa, 14 set 2011 (Ecclesia) – O Centro Comunitário Paroquial da Ramada (CCPR), na diocese de Lisboa, afirma-se há mais de oito anos como uma solução de serviço e apoio aos mais desfavorecidos, integrado num território com mais de 20 mil habitantes.
Para o padre Arsénio Isidoro, que assumiu os destinos daquela paróquia do concelho de Odivelas em 2005, “sendo a opção preferencial pelos pobres uma das marcas de orientação do ministério da Igreja, não há outro caminho que não esta proximidade e desenvolvimento local”.
Em entrevista ao Programa da Igreja Católica desta terça-feira, na Antena 1, o sacerdote sublinha tratar-se de um esforço “que contraria esse registo de números e opções políticas nacionais ou globais que votam o Homem a uma marginalidade e inexistência e que, no fundo, não cuidam das suas necessidades”.
Desde o lançamento da primeira pedra que o CCPR tem vindo a crescer nas suas competências, acompanhando também o desenvolvimento da jovem comunidade da Ramada, cuja Igreja paroquial – de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos – apenas ficou concluída em 2005.
Atualmente, aquela instituição particular de solidariedade social disponibiliza serviços como creche, jardim-de-infância, ATL, centro de dia, apoio domiciliário e fisioterapia a mais de 600 pessoas por dia, privilegiando aqueles que menos têm.
[[a,d,2441,emissão (13-09-2011) ]]
Um trabalho assente numa lógica de “vizinhança” que, de acordo com o padre Arsénio Isidoro, tem feito com que a “comunidade se vá alargando, não só em número mas até nos horizontes”.
“Cada vez mais a inter-relação pessoal ajuda a uma integração social, o desenvolvimento e o respeito por cada um dá-nos uma maior consciência de que somos comunidade e esse é o maior tesouro, porque a maior pobreza que um homem pode é não ser amado”, realça.
Através do “dar e receber, do voluntariado e da generosidade pessoal”, o CCPR tem encorajado as pessoas a combater todas as formas de pobreza, inclusivamente a mais “envergonhada”.
“É uma comunidade que responde quando vê que o que acontece é fruto do Evangelho e não de um capricho ou projeto esporádico, um gesto de amor que permanece e nós precisamos cada vez mais de gestos que permaneçam e que sejam um respirar do amor”, conclui o sacerdote.
Na semana em que a Igreja Católica reflete sobre «Desenvolvimento local, caridade global» no 27º encontro da pastoral social, o programa Ecclesia apresenta projetos e respostas de proximidade, em pequenas comunidades, que manifestam a preocupação pelo bem comum.
PRE/JCP