Duas gerações revelam a ligação ao santo lisboeta na sua vida
Lisboa, 12 jun 2015 (Ecclesia) – Dois casais testemunham a tradição e a fé da primeira e da mais recente edição dos casamentos de Santo António, respetivamente 1958 e 2014, uma cerimónia que hoje se repete em Lisboa.
Maria de Lurdes e José Soares, que celebram este sábado 57 anos de casamento, participaram na primeira edição das Noivas de Santo António, em 1958, e hoje têm uma história de amor e dedicação para contar às novas gerações.
“Muita compreensão e muito amor. Para haver amor tem de haver efetivamente diálogo, tem de haver sacrifícios por vezes”, começa por explicar José Soares, de 77 anos, que usou “um piropo” a primeira vez que viu a futura namorada: “Disse a verdade, que era muito bonita, tinha uns olhos muito bonitos.”
À Agência ECCLESIA, a sua noiva de Santo António, quatro anos mais nova, acrescenta que o segredo da longevidade deste casamento é no final entenderem-se sempre, “isso é o principal”, mesmo nas discussões chegam “a um consenso”, sabem abdicar “em favor do outro”.
Depois de dois anos de namoro, Maria de Lurdes e José Soares estavam entre os 36 casais que a 13 de junho de 1958 iniciaram a tradição das “Noivas de Santo António”.
Em dois anos o jovem casal aproveitou para fomentar uma “maior aproximação, passear bastante” e fazer o “enxoval”, recorda José Soares que aos 19 anos já trabalhava e inscreveu-se na iniciativa do jornal Diário Popular sem Maria de Lurdes saber.
“Éramos de famílias humildes mas tudo conciliamos para chegarmos a esta altura com muito amor”, revela o entrevistado que casou na Igreja de Santo António de Lisboa, a 13 de junho, no dia litúrgico do santo casamenteiro.
Em 2014, na última edição desta cerimónia de tradição e fé estavam Andreia de Jesus e António Santos que viveram um dia especial e celebraram o seu amor com o sacramento do Matrimónio pela Igreja Católica que assume particular importância na vida do jovem casal.
“Não é apenas pela tradição ou pela festa que também são muito importantes. Nós somos de facto muito devotos de Santo António. Consagrei a minha licenciatura sob a proteção de Santo António, na capelania da Universidade Católica, e a devoção e interceção que pedimos constantemente em tudo na nossa vida são realmente muito profunda e fazia todo o sentido casarmos nesta iniciativa”, revela Andreia de Jesus.
António Santos, que encontra no santo franciscano o seu onomástico, acrescenta que “foi realizar um sonho” celebrar matrimónio pela iniciativa que hoje se chama ‘Casamentos de Santo António’.
O casamento começou a ser preparado com fé e atenção aos ensinamentos da Igreja Católica, ainda antes de saberem se iam ser selecionados para esta cerimónia o jovem casal fez um caminho de aprofundamento da sua fé e concretização através de vários cursos que foram “muito marcantes” e onde evoluíram “ainda mais como casal”, acrescenta o entrevistado.
Andreia de Jesus considera que esta preparação é algo que “todos os noivos” devem fazer para “mais tarde construírem a sua igreja doméstica, ser sal e luz no lar e nas comunidades.”
Hoje dezasseis casais, entre os 24 e os 39 anos, de diferentes freguesias de Lisboa, repetem a tradição, que começou em 1958, pelo Diário Popular, foi interrompida em 1974 e posteriormente recuperada e impulsionada pelo município da capital.
“Tenham pelo menos a felicidade que tivemos até aqui”, são os desejos de José Soares.
O programa «Ecclesia», a partir das 06h00 na Antena 1 da rádio pública, e o programa «70X7«, a partir das 11h30, na RTP2 são dedicados este domingo a Santo António de Lisboa.
LS/OC/CB