Projeto em destaque na próxima edição do jornal «Voz da Verdade»
Lisboa, 18 set 2015 (Ecclesia) – A próxima edição do jornal “Voz da Verdade”, do Patriarcado de Lisboa, vai dar destaque ao projeto “Casa Damião”, uma instituição criada pelos Padres dos Sagrados Corações e que acolhe crianças de países lusófonos, com problemas cardíacos.
Localizada no Catujal, no Concelho de Loures, a “Casa Damião” é uma valência “de acolhimento temporário, pré e pós-hospitalar, para crianças e jovens com patologias cardíacas oriundas dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, financiada exclusivamente pela Congregação dos Sagrados Corações”, adianta o responsável geral pelo projeto.
Segundo Igor Rodrigues, a infraestrutura aberta em abril de 2013 visa sobretudo “assegurar” aos mais novos “vigilância e acompanhamento a nível da saúde” e ao mesmo tempo garantir-lhes “a satisfação de todas as suas necessidades básicas”.
Recebe “crianças com idades entre os 4 e os 15 anos, que chegam sozinhas a Portugal por uma questão de financiamento e de legalidade”.
Recentemente, a casa acolheu mais seis crianças, provenientes da Guiné Bissau, “Bemba, Ioba, Beghate, Agostinho, Angela e Sofia”.
Igor Rodrigues explica o facto dos mais novos chegarem a Portugal sem os seus progenitores ou familiares como o facto de a instituição “não querer ser uma porta de entrada para a imigração ilegal”.
“Ou recebíamos três crianças com três familiares, ou acolhíamos seis crianças. Optámos pelas crianças, que depois de tratadas regressam aos seus países de origem”, frisa Manuel Dutra, diretor e mentor da Casa Damião.
Na Guiné Bissau, todos os processos relacionados com as crianças necessitadas são tratados “através da ONG espanhola AIDA, que tem a sede dentro do hospital local e faz toda a triagem das crianças, juntamente com os médicos”.
Igor Rodrigues diz que se trata de um processo “moroso e burocrático”, por “envolver muitas entidades, como o Ministério da Saúde da Guiné Bissau, a Embaixada de Portugal na Guiné Bissau, a Embaixada da Guiné Bissau no nosso país, a Direção-Geral da Saúde portuguesa e os hospitais”.
Uma situação que faz com que por vezes a ajuda já chegue tarde, pois algumas crianças já “morreram” enquanto decorriam os seus processos de transferência.
Outro obstáculo é mais de caráter cultural e de formação da sociedade guineense, onde os pais “em primeiro lugar chamam o curandeiro e só passado muito tempo levam a criança ao médico”, lamenta o responsável geral da “Casa Damião”.
VV/JCP