Ação beneficiou população vulnerável e com dificuldades de visão, já sinalizada, que sentiu «um grande alívio» por realização de campanha na Cáritas Paroquial
Damaia, 22 jun 2024 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa, em conjunto com a Fundação OneSight EssilorLuxottica, promoveram esta sexta-feira uma ação de rastreios visuais na Cáritas Paroquial da Damaia (Lisboa) que abrangeu 113 pessoas carenciadas.
“Nós apoiamos muitas famílias aqui na Paróquia da Damaia. Nós, neste momento, estamos a apoiar perto de 200 famílias. […] E são pessoas bastante carenciadas, muitas delas precisam de óculos, não têm possibilidades de ir ao médico, demora muito tempo uma consulta da oftalmologia marcada através do Serviço Nacional de Saúde”, afirma Magda Freitas, coordenadora da Cáritas Paroquial da Damaia, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A campanha ‘Olhar Cáritas’, que dá continuidade ao Programa “Vision as Needed”, tem como público-alvo as pessoas já apoiadas pela Cáritas Paroquial da Damaia e que evidenciam dificuldades de visão, explica a responsável de comunicação e angariação de fundos da organização, Márcia Carvalho.
“A Cáritas está nas comunidades paroquiais através dos grupos locais e são esses grupos que fazem, na maior parte das vezes, o atendimento e são eles que sinalizam as pessoas”, adianta.
Já a responsável da Cáritas Paroquial da Damaia revela que houve o cuidado de contactar “primeiro os agregados familiares que têm crianças”.
“Depois começamos a contactar os agregados que não têm crianças e também nos preocupamos com os idosos naturalmente”, assegurou.
No balanço feito perto das 11h desta sexta-feira, Magda Freitas revelou que a ação, estava a “correr muito bem”, que as pessoas inscritas não estavam a faltar, muito pelo contrário, se encontravam a realizar o rastreio antecipadamente.
“Nós tínhamos pessoas marcadas para o meio-dia e tal e [a ação de rastreio] só começava às nove e meia, estavam marcadas para o meio-dia e tal, às nove e dez já estavam aí. […] E é de facto importante, porque uma pessoa que não consiga ver bem é muito limitante”, destacou.
Segundo descreve, esta campanha “tem um impacto muitíssimo positivo”, salientando que “as pessoas ficam satisfeitas e nota-se o alívio”.
Aquilo que nós sentimos desde logo é que as pessoas sentem um grande alívio de ter a oportunidade. De alguém que lhes diz que é possível não só fazer o rastreio, mas, para além de identificar um problema, que muitas delas já sabiam que tinham, a maioria destas pessoas não vem, na eventualidade, de ter um problema, vem porque o assistente social que os acompanha já sabe que eles têm este problema. E, portanto, têm aquele alívio de quem os ouviu, de quem percebeu e de quem tem uma resposta”, concordou também a responsável de comunicação e angariação de fundos da Cáritas.
“Em termos mundiais, existem neste momento 2,7 mil milhões de pessoas que veem mal. Se for pensar que as que usam já óculos hoje em dia são à volta de 2,2 mil milhões, existem mais pessoas que precisam de óculos e que não veem bem do que aquelas que já estão corrigidas”, indica Margarida Barata, responsável do programa para a Europa da Fundação EssilorLuxottica Foundation.
Cristina Afonso, da Cáritas Diocesana de Lisboa, ressalta que “a visão é algo que é fundamental, mas que as pessoas vão descurando, em todos os sentidos”.
“Vão descurando no sentido de ir ao médico, porque não têm capacidade”, indica.
A Fundação OneSight EssilorLuxottica, cujo objetivo é ajudar a eliminar a baixa visão corrigida até 2050, tem no centro da ação pessoas que “sejam financeiramente carenciadas”.
Quatro voluntários da empresa Essilor integram a equipa da ação de rastreio na Cáritas Paroquial da Damaia, que no dia 27 de junho conhece uma nova etapa.
“Portanto, fazemos o rastreio, verificamos quem é que precisa, marcamos a consulta, e depois, agora, dia 27 de tarde, começamos a fazer as consultas”, explica Margarida Barata.
As pessoas que evidenciem necessidade vão poder beneficiar da oferta dos respetivos óculos graduados, facultados pela Fundação OneSight EssilorLuxottica, sem quaisquer encargos.
Francisco Stoca, de 54 anos, e Marília Brás, de 65 anos, foram dois dos vários beneficiários que usufruíram da ação de rastreio. Apoiados pela Cáritas Paroquial da Damaia, os dois foram informados da campanha “Olhar Cáritas” no fim de semana e revelam que seriam difícil ter acesso a saúde visual de outra forma. “Era difícil. Muito difícil mesmo. Principalmente eu que preciso de óculos progressivos para ver ao perto e ao longe”, diz Marília Brás, que ressalta que praticamente todos os fins de semana a Cáritas entrega mantimentos, embora a paróquia “dê o seu cabaz de mês a mês”. “Havia de haver mais iniciativas como estas”, enfatiza a paroquiana. “As pessoas precisam de ajuda. Se não for assim, não se consegue”, afirma Francisco Stoca. |
Viseu e Santarém foram as primeiras dioceses a participar na iniciativa do programa “Vision as Needed”, que acontece graças à participação direta de uma equipa de voluntários: oftalmologistas, professores, e colaboradores EssilorLuxottica.
“O testemunho que recebemos dos colegas de Viseu foi realmente muito positivo, tanto que contagiou o resto da rede, que começou também a pedir”, dá conta Márcia Carvalho.
Depois de Lisboa, a ação de rastreio segue até ao Porto, com a colaboração da Cáritas Diocesana.
LJ