Coordenadora geral analisa primeiro semestre «sem mãos a medir»
Lisboa, 12 ago 2015 (Ecclesia) – A coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Lisboa (CDL) revelou que querem implementar uma loja de apoio às famílias, “da infância à terceira idade”, e aproveitar medicamentos em fim de vida, dois projetos para o segundo semestre.
“Percebemos que nos agregados familiares o valor destinado à saúde é muito elevado, normalmente depois do preço da habitação, e muitas vezes as pessoas, por exemplo um casal de idosos, acabam por decidir que só um toma a medicação porque não há dinheiro para os dois comprarem os medicamentos”, alerta Ana Catarina Calado.
À Agência ECCLESIA, a responsável adiantou que para o projeto de aproveitamento de medicamentos em fim de vida têm estado em contacto com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, o INFARMED, para que estes possam ser entregues aos centros sociais paroquiais e posteriormente “às pessoas que precisam”.
A ideia é receber os medicamentos diretamente dos laboratórios e a instituição caritativa tem o apoio de um grupo farmacêutico que se “disponibilizou a colaborar e servir de intermediário”.
A coordenadora geral da CDL revela também que em outubro pretendem ter já em funcionamento um projeto de apoio às famílias na Freguesia de Carnide, que é “quase uma loja da família”, mas que não fica circunscrito à população local.
“Várias instituições e associações poderão proporcionar serviços à família que vão desde a formação parental até ações de esclarecimento. Queremos que seja muito abrangente, da primeira infância até à população mais envelhecida”, acrescenta Ana Catarina Calado.
A Cáritas Diocesana de Lisboa assinala que os primeiros seis meses de 2015 foram um “semestre sem mãos a medir”, onde foram ao encontro do que é a sua missão e das suas atividades.
“Quer a nível mais direto através das nossas valências, quer na formação dos grupos sócio caritativos e depois com atividades de recolha de roupa que nos ajudam a ter suporte financeiro e a apoiarmos as situações que vão surgindo identificadas pelas paróquias”, exemplifica a entrevistada.
Em números, o Gabinete de Ação Social (GAS) da CDL realizou “10 ações de formação a 175 voluntários de Grupos Paroquiais de Ação Social da Diocese de Lisboa (GPAS), de 39 Grupos Paroquiais de Ação Social; Fez 361 atendimentos, respondeu a 238 famílias (média de 40 famílias-mês), 148 pela primeira vez, num total de 545 pessoas abrangidas pela intervenção realizada (média de 91 pessoas-mês) – numa contagem mais alargada à Diocese, feita sobretudo a partir de abril de 2015”.
A coordenadora geral da CDL destacou o trabalho do Centro de Apoio à Integração de Imigrantes de Cascais (CLAII de Cascais) que realizou 540 atendimentos, 127 a pessoas que recorreram a este serviço pela primeira vez: “Realmente para nós tem sido um projeto muito positivo que tem dado frutos.”
O Projeto Amigo recolheu cerca de 1301 toneladas de roupa e a CDL destaca uma evolução “muito significativa” em relação ao ano de 2014, mesmo a “qualidade” sendo inferior a outro períodos porque “as pessoas usam mais a roupa”, analisa a responsável.
Sem dados comparativos, Ana Catarina Calado, observa ainda que continuam a ter “muitas pessoas” que querem ser voluntariados e “contribuir para minimizar o problema das outras pessoas”.
“Acho que este período mais conturbado nos ajudou a reorganizar as atividades e que as pessoas percebessem para onde é que tinham mesmo que apoiar e dar o seu tempo”, concluiu a coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Lisboa.
CB