D. Manuel Clemente vai ordenar seminaristas portugueses, italianos, um colombiano, um indonésio e outro das Filipinas
Lisboa, 01 jul 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa vai presidir hoje à ordenação de sete novos padres e de um diácono, a partir das 16h00, na igreja do Mosteiro dos Jerónimos.
Na nota enviada à Agência ECCLESIA, o Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa informa que D. Manuel Clemente vai ordenar como presbíteros cinco seminaristas diocesanos e dois religiosos, e um diácono que também pertence a uma instituição religiosa.
O seminarista João Quintas, tem 29 anos, é de Queluz e tinha no horizonte um dos ramos das Forças Armadas Portuguesas depois de oito anos – 5.º ao 12.º ano – no Colégio Militar, mas tirou o curso de Análises Clínicas, onde trabalhou durante um ano.
“Quando entrei na faculdade, em 2008, fui com a minha mãe para inscrever a minha irmã mais nova na catequese, na Paróquia de Queluz. Pediram-nos se não queríamos ser observadores de grupos e entrei para o grupo do 10º ano; Aquilo interpelou-me bastante e fez-me recuperar a vida de oração, fez-me voltar a colocar questões já enterradas”, desenvolveu.
Depois João Quintas foi também para o grupo de acólitos e o pároco questionou se já tinha pensado em entrar para o seminário.
“A pergunta entrou e nunca mais saiu” e com 22 anos foi para o Seminário diocesano de Caparide, o trabalho pastoral foi realizado no Pré-Seminário e como diácono serviu a Paróquia da Portela.
Por sua vez, Tiago Esteves é da Paróquia de Arroios e “queria ser um homem de ciência, na área da Biologia Molecular” mas a “possibilidade” de ser padre também não estava posta de parte.
Recorda que “a primeira vez” que sentiu “que a Igreja chamava para algo concreto” foi depois de um convite para ser acólito, nas Caldas da Rainha, onde viveu até aos 15 anos.
O seminarista Tiago Esteves, que vai ser ordenado aos 24 anos, entrou para o seminário depois do 12.º ano e do Seminário dos Olivais leva “a certeza de que é impossível ser-se feliz sozinho”.
Da Diocese italiana de Nápoles vai ser ordenado Gaetano Catalano que desde cedo aprendeu que “só existiam” as opções de “ser lobo ou ser ovelha”, por viver num bairro dominado pela Máfia.
O futuro sacerdote que também considerava a Igreja “uma máfia” tinha “estabilidade económica” na empresa de família, até que com 20 anos um amigo pediu-lhe para levar uma rapariga à igreja, que o convidou para “assistir a umas catequeses”.
Gaetano Catalano entrou aos 33 anos no Seminário ‘Redemptoris Mater’ de Lisboa: “Foi um caminho onde fui descobrindo quem sou e como é verdade que Deus é um Pai, que me ama. Ser padre é uma graça. Espero ser humilde e servir a diocese”.
De Itália chegou também Daniele Bernacchia, 34 anos, natural de Fermo, cuja caminhada em Igreja começou na adolescência, quando se reconciliou com o pai, um professor de Matemática, e outra “luta” foi na altura de casar e ter filhos e surgiu a vocação ao sacerdócio.
Daniele Bernacchia continuou o curso de Psicologia, a namorar mas aos 24 anos mudou-se para o Seminário ‘Redemptoris Mater’ de Lisboa e já esteve em Israel e na periferia Buenos Aires, na Argentina.
Da América Latina e com 29 anos viajou José Samir Benavides também para o Seminário ‘Redemptoris Mater’ de Lisboa, depois de uma juventude marcada pela ideologia das FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
“Não foi fácil. Foi uma mudança radical de cultura, de tudo”, contou o seminarista, da Arquidiocese de Popayan, na Colômbia, que tem agora 38 anos.
Do seu percurso José Samir Benavides lembra que descobriu o Caminho Neocatecumenal na adolescência e com 18 anos foi enviado para o Seminário de Medellín mas teve de esperar para entrar e começou a namorar, tirou um curso de Tecnologia de Máquinas Industriais, e entrou no mercado de trabalho.
Segundo o patriarcado, D. Manuel Clemente vai ainda ordenar presbíteros – frei Pedro Cândido Ferreira dos Franciscanos Capuchinhos e Fidelis Fallo (Indonésia) dos Missionários do Verbo Divino – e como diácono, em ordem ao sacerdócio, Charlie Carpio Bardaje (Filipinas), também religioso verbita.
CB