Atualidade mantém-se mas «evolução da cultura» é convite a «reinterpretar» linguagem dos documentos da Igreja
Lisboa, 29 nov 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa lembrou hoje a quem pede um novo Concílio ou espera o regresso da Igreja ao período anterior ao Vaticano II que o Papa reafirma a atualidade da assembleia realizada entre 1962 e 1965.
Na “Igreja contemporânea” ouvem-se “vozes que inspiram comportamentos afirmando a não atualidade do Concílio”, o que “não é surpresa para ninguém”, escreve D. José Policarpo em texto publicado no site do Patriarcado de Lisboa.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa refere-se ao pensamento de católicos que, “reagindo à renovação da Igreja e à busca de novos caminhos”, parecem ter “saudades dos tempos antes do Concílio, que aliás não conheceram”.
Outros fiéis, “porventura desejando mudanças mais profundas, falam de um novo Concílio, um Vaticano III”, observa.
“A todos esses o Papa Bento XVI, com a autoridade apostólica de que está investido, diz: no Concílio ‘encontra-se uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa’”, lembra o cardeal-patriarca citando a carta ‘Porta Fidei’, com a qual se institui o Ano da Fé, que os católicos assinalam até 24 de novembro de 2013.
O prelado recorda que “todos os concílios ecuménicos mantêm a sua atualidade, sobretudo quando definiram, com clareza definitiva, a fé da Igreja”, embora a “evolução da cultura e da história” convide a “reinterpretar” as linguagens, o que também pode acontecer no caso do Concílio Vaticano II, assinala.
“A palavra do Magistério, como aliás a da Escritura [Bíblia], tem de ter em conta a mensagem de quem fala e as características de quem ouve, isto é, do destinatário dessa palavra”, pelo que a Igreja deve captar permanentemente “a exatidão da mensagem e as características culturais daqueles a quem é anunciada”, explica.
A posição de D. José Policarpo é manifestada no âmbito do programa ‘Acreditar com o Concílio’, lançado a 20 de novembro para estimular os fiéis da diocese a ler ou reler os documentos do Vaticano II, inaugurado há 50 anos.
A publicação do texto do Magistério e do comentário de D. José Policarpo é acompanhada de um vídeo, conteúdos que são disponibilizados à quinta-feira na página do Patriarcado de Lisboa.
RJM/LFS
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