Lisboa: Cardeal-patriarca diz que quem tem «consciência reta» também pode chegar à «vida eterna»

Convencimento de que «Igreja é necessária porque Jesus é necessário» deve ser anunciado com «convicção» e «discrição»

Lisboa, 07 fev 2013 (Ecclesia) – A Igreja Católica é imprescindível para chegar à “vida eterna” mas quem pertence a outras religiões ou tem uma “consciência reta” também pode alcançá-la, afirma o cardeal-patriarca de Lisboa.

“Cristo é o único salvador. Não podemos admitir que a Igreja seja apenas um caminho entre muitos e que Cristo seja um profeta qualquer”, frisa D. José Policarpo em vídeo publicado na página do Patriarcado de Lisboa.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa qualifica de “verdade fundamental para a humanidade” a crença de que “a Igreja é necessária para a salvação de todos os homens”, dado que “tem o poder de Jesus Cristo”.

D. José Policarpo lembra que o destino de “outras pessoas, mais de metade da humanidade”, que pertencem a outra religião ou que não têm nenhuma, é um “problema sério” com que os católicos se têm confrontado “ao longo dos tempos”.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) sustenta que “a Igreja é um sacramento universal de salvação”, o que significa que “é o ponto de partida e a fonte daquela força e daquela luz que há de levar os homens à salvação, mesmo que seja por outro caminho, através da sua religião ou consciência reta”, explica.

O Espírito Santo, salienta, “é dado à Igreja e através da Igreja” mas “age onde quer”, mesmo que as pessoas “não saibam que estão a ser beneficiadas”.

A Igreja “significa para todos, mesmo sem o saberem, o caminho pelo qual Deus lhes dá um dom absolutamente necessário e único, que é a presença do Espírito de amor” a “encaminhá-los para o bem” e para o “desejo da vida eterna vivida com Deus”, assinalou.

O convencimento de que “a Igreja é necessária porque Jesus é necessário” deve ser transmitido com “convicção” e “discrição” pelos católicos, “aproveitando todas as circunstâncias que a vida e o diálogo com os outros homens proporcionarem”, diz o prelado.

Esta atitude anunciadora, acrescenta, “talvez ajude” os fiéis “a ter um respeito muito grande por outros caminhos sérios de busca da vida”, dado que “também são conduzidos pelo Espírito Santo de Deus”.

As declarações integram o 12.º vídeo do ciclo “Acreditar com o Concílio”, iniciativa que inclui intervenções de D. José Policarpo e D. Nuno Brás, um dos bispos auxiliares de Lisboa.

RJM

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Agência ECCLESIA

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