Lisboa: Cardeal-patriarca convidou fiéis a imitar «gestos de Jesus» junto de quem sofre

D. Manuel Clemente explicou que Missa conclui-se com: «Ide!, pleno de revelação e encargo»

Lisboa, 25 mar 2016 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa recordou os gestos de Jesus e convidou os fiéis a imitá-los “junto dos que mais sofrem”, esta quinta-feira, na homilia na Missa da Ceia do Senhor, na Sé.

“Vimos o gesto do Senhor humilde. Que muitos o continuem a ver também em nós, quando vamos ao seu encontro, lavando e enxugando poeiras e lágrimas”, assinalou D. Manuel Clemente.

Na homilia enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado destacou também o pão e o cálice, “o Senhor que se reparte e comunga”.

“Nada se fique pelo rito apenas. Tudo daqui parta como Cristo em nós, e assim chegue a todos. No mesmo sentimento, que encontre o mesmo gesto”, observou, na Sé Patriarcal.

D. Manuel Clemente assinalou que nos gestos das pessoas “vai quase a sua alma”, no que faz ou deixa de fazer, mais expressivo ou contido: “Deus teve e tem gesto e figura, realidade e história na humanidade que somos, para a divindade que oferece.”

A partir da Liturgia da Missa da Ceia do Senhor, o cardeal-patriarca convidou a assembleia a centrar-se nos gestos de Jesus, “indicados pelos sucessivos verbos”.

“Nas suas mãos, que «tomam» o pão e o tornam seu corpo, «tomam» o cálice e o fazem nova aliança no seu sangue. Nas suas mãos, que «tomam» a toalha e a «põem» à cintura, que «deitam» água na bacia, para «lavar» os pés dos discípulos e os «enxugar»”, explicou, sobre mãos que “purificam e alimentam, mãos que ungem e curam”.

Neste contexto, o prelado revela que os gestos indicam “com a maior precisão o modo e a circunstância” de acertar com Deus o que Ele acertou com cada um para que o pratique também.

“Como «corpo eclesial de Cristo», da Igreja para o mundo, tornando-nos pão e cálice, cingindo-nos para lavar e enxugar os pés cansados de tantos, as vidas exaustas de muitos”, refere, comentando que, por isso, cada Missa conclui-se com um: “’Ide!’, pleno de revelação e encargo.”

Na homilia, divulgada pelo Departamento de Comunicação do Patriarcado, o cardeal-patriarca de Lisboa convidou a agradecer as mãos de Jesus que “definitivamente seguram” porque tomaram em si “toda a realidade da vida e da morte e a começaram a ressuscitar”.

CB

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Agência ECCLESIA

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