Lisboa: Cardeal-patriarca apela a maior justiça e dignidade humana na sociedade

D. José Policarpo apresenta reflexão na missa de abertura do Ano Judicial

Lisboa, 30 jan 2013 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa apelou hoje à construção de uma “humanidade justa”, durante a homilia da missa a que presidiu na Sé da capital portuguesa, por ocasião da abertura do Ano Judicial.

“A justiça, esta busca da dignidade do homem, tem de inspirar e estar na base de todas as estruturas da comunidade: a política e todas as outras instituições”, referiu D. José Policarpo, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse ainda que “as leis e os sistemas judiciais” são chamados a ser “elementos construtores desta nova humanidade construída sobre a justiça”.

O patriarca de Lisboa apresentou uma reflexão baseada nos ensinamentos do Concílio Vaticano II (1962-1965) sobre o tema da justiça, os quais inspiram “uma antropologia, o sentido profundo da missão da Igreja no mundo contemporâneo, como agente decisivo na transformação da sociedade”.

“Somos todos chamados a lutar por esta construção de uma humanidade justa. Isso tem de ser feito com esperança, fortalecidos pela coragem e atraídos pela plenitude prometida, mas só com Deus, no seu Filho Jesus Cristo, ganharemos esta batalha”, sustentou.

D. José Policarpo partiu da conceção judaica do tema para a sua leitura cristã, frisando que o “acesso à justiça, através da misericórdia, liga a justiça ao amor de Deus pelos homens, cuja expressão máxima será Jesus Cristo”.

“Só participando na realidade de Jesus Cristo o homem será justo. Justiça de Deus, Ele é também a justiça do homem. O conceito de justiça fica definitivamente ligado ao conceito de plenitude humana”, acrescentou.

Para o cardeal-patriarca, esta convicção cristã fundamenta o empenho na “defesa da verdade” e “um sentido de família humana como comunidade”.

“Não admira que a beleza da justiça, de que fala o magistério conciliar, dê prioridade ao respeito e cultivo da dignidade da pessoa humana, à beleza do homem como Deus a deseja, à vocação comunitária do homem que o leva a pôr o bem comum à frente dos interesses individuais, a uma busca incansável da verdade”, destacou.

A construção da justiça, acrescentou D. José Policarpo, implica por isso a edificação de uma “humanidade nova”.

OC

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