D. José Policarpo apela à obediência e fidelidade à fé da Igreja
Lisboa, 05 abr 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca alertou hoje os padres da diocese para a “tentação” de apresentarem aos fiéis “perspetivas e visões pessoais” em vez de proclamarem “a fé da Igreja”.
D. José Policarpo falava na homilia da Missa Crismal, com que se iniciam as celebrações de Quinta-feira Santa, na Sé de Lisboa, reunindo o clero diocesano.
“Para nós, sacerdotes, a proclamação da fé da Igreja faz parte do nosso ministério sacerdotal. Isso exige que a nossa fé pessoal seja alicerçada na fé da Igreja”, sublinhou.
Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, “a obediência pastoral tem de ser, para os sacerdotes, uma expressão da caridade”.
“Não se trata apenas de aceitar as orientações vindas do Bispo, mas de as amar como expressão dos caminhos por onde o Espírito conduz a Igreja”, prosseguiu, frisando que essa atitude pode exigir “renúncia e apagamento de visões pessoais”.
O patriarca de Lisboa destacou, a este respeito, a dimensão comunitária da Igreja, que é mais do que “um conjunto de indivíduos”.
“Os presbíteros, que participam com o seu bispo do sacerdócio apostólico, constituem com ele um colégio, exigência de comunhão: comunhão dos presbíteros uns com os outros, na corresponsabilidade do ministério; comunhão com o Povo de Deus de que são pastores; comunhão com o seu bispo que garante a convergência com outros órgãos de comunhão”, elencou.
A homilia de D. José Policarpo referiu, por outro lado, a atualidade da “força salvífica da Páscoa de Jesus”.
“Hoje é a Igreja, sacramento de Jesus Cristo, que declara ao mundo contemporâneo, mesmo àqueles que ainda não conseguem ouvir: ‘Cumpriu-se, hoje mesmo, a salvação’ e pode dizê-lo porque acredita em Jesus Cristo, sabe que Ele lhe deu o poder e a missão de tornar atual, em cada tempo, a salvação dos homens”, disse.
Aos padres, acrescentou, compete “expressar o amor misericordioso de Deus”, como “conselheiros espirituais, ajudando as pessoas a caminhar na busca da santidade e a caminhar com elas”.
Durante a celebração foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, os quais são levados posteriormente para todas as paróquias, onde são utilizados na celebração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem e Unção dos Doentes.
Os bispos e padres presentes renovaram as promessas feitas na sua ordenação sacerdotal.
OC