Lisboa: Bispo auxiliar de Astana vai falar sobre a situação dos cristãos no Cazaquistão

Depois de um período de maior abertura, a seguir à queda do regime comunista, as comunidades locais estão a sofrer «graves restrições»

Lisboa, 14 fev 2014 (Ecclesia) – O bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, vai dar este domingo em Lisboa uma conferência sobre a situação dos cristãos durante o regime comunista e no presente.

A iniciativa, marcada para as 16h30 no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, é organizada pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.

Em comunicado publicado na internet, o organismo solidário dependente da Santa Sé adianta que D. Athanasius Schneider vai falar de um país que “depois da queda da União Soviética foi considerado por muitos como um exemplo a seguir”, quer em termos de “progresso para a democracia” quer ao nível da defesa dos “direitos humanos e pluralismo religioso”.

“No entanto”, realça a AIS, “nos últimos anos, o Governo aumentou o seu desejo de fortalecer o controlo estatal sobre todas as atividades religiosas”.

“Um passo adicional nesta direção consistiu na aprovação de duas novas leis contendo graves restrições legais à liberdade religiosa” e que têm como principal objetivo a “nacionalização das comunidades religiosas, seguindo o modelo de controlo aplicado” na República Popular da China.

Neste momento, segundo a nota da AIS, “apenas a Igreja Ortodoxa russa e a comunidade islâmica cazaque, consideradas como parte da tradição do país, estão isentas destas restrições”.

Todas as outras comunidades religiosas, incluindo a cristã, se quiserem “sobreviver e evitar sanções”, terão de “provar que têm pelo menos 5000 membros”.

D. Athanasius Schneider, de 52 anos, antes de iniciar funções em Astana, em 2011, esteve ao serviço da Arquidiocese de Karaganda onde coordenou a construção de uma catedral dedicada a Nossa Senhora de Fátima.

Construída ao lado de um campo de concentração onde pessoas de mais de 100 etnias diferentes foram torturadas e mortas, a Sé de Karaganda pretende ser um memorial em honra das vítimas e um local de expiação pelos pecados cometidos durante o regime comunista.

AIS/JCP

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