Diálogo inter-religioso e ouvir a sociedade marcou iniciativa juvenil
Lisboa, 13 out 2015 (Ecclesia) – A pastoral juvenil da Paróquia de São Tomás de Aquino, no Patriarcado de Lisboa, desafiou os seus jovens a viverem uma noite diferente de convívio e evangelização nas ruas da cidade da capital, onde foram o rosto da missão.
“É importante passar do modelo de paróquia que se limita a cumprir rituais para uma paróquia em que os batizados assumem um papel ativo na evangelização. Não são meros espetadores passivos, mas ativas na difusão, na divulgação, na proposta da Palavra de Deus aos homens”, explicou o pároco da Paróquia de São Tomás de Aquino.
À Agência ECCLESIA, o padre Nélio Pita acrescentou que se a Igreja “não for missionária” está a desvirtuar a proposta de Jesus e o que procuram na comunidade é “ajudar os cristãos, a partir das camadas mais jovens, a terem consciência missionária”.
Neste contexto, surgiu a atividade juvenil ‘Aquino’s night out’, realizada na noite de 10 de outubro, entre as 18h30 e as 01h00.
Para além de proporcionar uma “experiência de Deus no mundo” aos jovens a actividade marcou o início do ano pastoral e uma dimensão missionária de serem uma Igreja que “não se fecha sobre si mesma”, desenvolveu o pároco.
Munido com a viola, Duarte Vargas está “sempre disposto a aceitar” o que a paróquia pede e assinala que ser cristão “é bastante atual”.
“É importante que os jovens da nossa geração que não tiveram estes ensinamentos perceberem isso e que existe aqui uma porta aberta para outro estilo de vida que poderá fazê-los mais felizes”, disse o elemento do Coro Jovem da Paróquia de São Tomás de Aquino, em Lisboa.
Luís Ferreira, da organização do evento, contextualiza que no percurso escolhido tiveram o propósito de levar os jovens a rezar e passar em sítios à noite que “nunca pensaram”.
“A palavra de ordem no Martim Moniz é ‘diferença’ e a ideia é interagirem com pessoas de outras origens, credos, religiões e registarem como eles celebram para saberem que há diferenças. Ao mesmo tempo levam a nossa mensagem, valores e falarem da paróquia”, explicou o responsável.
Para isso, ao longo do programa tiverem diversas atividades com palavras-chaves, “fortes”, como “surpresa; comunidade; partilha; universalidade”.
Com a palavra forte ‘missão’, os 45 participantes do ‘Aquino’s night out’ foram também desafiados a perceber o que as pessoas esperam dos jovens cristãos.
“Diziam muito para fazermos voluntariado, ajudarmos as pessoas desfavorecidas, e essencialmente para sermos melhores pessoas do amanhã”, contou Joaquim Coelho, recordando ainda apelos a fazerem “voluntariado e ajudar as pessoas desfavorecidas”.
A jovem Leonor Godinho considera que “não serve de nada” dizer que são católicos se só o demonstram “dentro de quatro paredes” e entende que o encontro é também uma oportunidade de crescerem enquanto comunidade porque “os jovens acabam por ser a base desta pirâmide”.
Com 17 anos, a jovem acolita revela que não é difícil falar da sua fé com os seus amigos, mesmo os que “não são católicos”, porque ambos partilham “pontos de vista” e tentam “aprender um pouco com cada um”, para além do “respeito” que existe sempre.
Por sua vez, Frederico Menezes, dos escuteiros da Paróquia de São Tomás de Aquino, destaca que esta iniciativa permite “estabelecer laços” internos e com as pessoas com quem interagiram.
“Sinto que nos escuteiros aprendemos a dialogar a fé como as outras pessoas e a espalhar a fé da melhor maneira possível”, explicou o jovem pioneiro para quem é “sempre importante” divulgar a fé a todas as pessoas, especialmente aos jovens.
CB/OC