Lisboa: Alterações demográficas nas paróquias rurais da diocese levantaram novas questões pastorais

Padre Jorge Sobreiro destaca dificuldade da Igreja Católica em chegar àqueles que vieram morar para a zona Oeste mas não criaram «raízes»

Lisboa, 04 jul 2013 (Ecclesia) – A matriz católica permanece bem enraizada na vida das comunidades rurais da zona oeste do Patriarcado de Lisboa, no entanto as alterações demográficas que se registaram nos últimos 10 anos levantaram novas questões pastorais.

Em entrevista publicada na edição de hoje do Semanário ECCLESIA, o padre Jorge Sobreiro, responsável pelas comunidades da Azueira e Enxara do Bispo, dá como exemplo a “franja” de população que veio morar para a zona mas que trabalha e passa a maior parte do tempo “na cintura urbana de Lisboa”.

“São pessoas que não têm aqui raízes e às vezes mesmo o batismo dos filhos e outras celebrações marcantes da vida, como o Natal e a Páscoa” são passados “noutros lados com as famílias”, refere o sacerdote.

O padre de 34 anos, que trabalha nas duas paróquias do concelho de Mafra desde 2006, dá conta ainda de outra problemática, que passa por renovar a fé daqueles que cresceram na Igreja Católica mas que agora já não a frequentam.

“É aquela geração na casa dos 40/55 anos que vem batizar os filhos mas que não está cá. Não quer dizer que estejam perdidos na vida, mas desligaram-se da Igreja”, aponta o sacerdote.

No próximo sábado, D. Manuel Clemente vai tomar posse do Patriarcado de Lisboa e a entrada solene na diocese vai decorrer no dia seguinte, numa celebração às 16h00 no Mosteiro dos Jerónimos.

O prelado natural de Torres Vedras regressa a um território que bem conhece depois de seis anos de serviço na Diocese do Porto.

Antes de abraçar aquela missão, D. Manuel Clemente foi coadjutor das paróquias de Torres Vedras e Runa, formador e reitor do Seminário dos Olivais, membro do Cabido da Sé de Lisboa e bispo auxiliar da diocese em 1999, no apoio a D. José Policarpo.

Para o padre Jorge Sobreiro, apesar dos desafios anteriormente citados, o novo patriarca de Lisboa vai deparar-se no caso específico do Oeste com comunidades fortemente orientadas para a fé católica, onde as principais portas de entrada para a Igreja são os sacramentos e as grandes festas religiosas.

“Depois há situações da vida concreta de cada um que são sempre portas de entrada”, aponta o pároco, referindo-se sobretudo à crise socioeconómica que tomou conta do país.

“As pessoas aqui procuram ajuda para a sua vida, com todas estas dificuldades, e D. Manuel Clemente vai com toda a certeza trazer uma dinâmica de esperança” e também “esta dimensão da nova evangelização”, conclui.

JCP

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