Lisboa: Acolhimento e missão são prioridades do novo patriarca para a diocese

D. Manuel Clemente quer católicos atentos à realidade

Lisboa, 28 jun 2013 (Ecclesia) – D. Manuel Clemente, novo patriarca de Lisboa, afirmou que volta à capital portuguesa com as prioridades de “ouvir muito as pessoas” e transformar as comunidades cristãs em “centros de acolhimento e missão”.

“Cada uma das nossas paróquias, associações ou famílias deve viver em acolhimento do outro, desde logo o acolhimento mútuo sem deixar ninguém de fora e preocupando-se com os que mais precisam de ser acolhidos e correspondidos e com os que nos procuram mesmo não querendo, sobretudo agora em tempo de crise”, declarou, em entrevista publicada na mais recente edição do Semanário ECCLESIA.

D. Manuel Clemente, de 64 anos, até agora bispo do Porto, foi nomeado como sucessor de D. José Policarpo a 18 de maio.

A tomada de posse do cargo está marcada para o dia 6 de julho, na Sé de Lisboa.

O patriarca eleito fala numa “regra básica da pastoral”, segundo a qual “no primeiro ano não se muda nada”.

“Temos de tomar conta da realidade e temos de deixar que a realidade tome conta de nós”, sustenta.

D. Manuel Clemente realça que não se podem lançar iniciativas “só por arranques de vontade, por muito que sejam bem-intencionadas”, sob o risco de serem apenas “fogachos”.

O novo patriarca, que foi bispo auxiliar da diocese lisboeta, regressa após mais de seis anos à frente da Diocese do Porto, “preenchidos por uma Igreja magnífica, onde há gente excelente, leigos, consagrados e clérigos que dão tudo pelo Evangelho”.

D. Manuel Clemente recorda o Congresso Internacional para a Nova Evangelização, que viveu na capital, e a ‘Missão 2010’, no Porto, dos quais retém a necessidade de “transformar as comunidades cristãs em lugares de acolhimento e de missão, onde as pessoas, com vários níveis de crença ou sem crença nenhuma, sejam acolhidas e onde se projete o cristianismo para o exterior, ao encontro da realidade que o envolve”.

O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa admite que a missão do patriarca tem um peso específico, mas sublinha que a Igreja Católica em Portugal “vive em 20 dioceses, onde cada uma é autónoma”.

“É bom que exista consciência e que não há uma ‘Igreja portuguesa’, mas existe a Igreja em Portugal em 20 dioceses”, insiste.

D. Manuel Clemente elogia, a este respeito, o percurso promovido no seio do episcopado que se concluiu com uma nota, publicada na última reunião plenária, em abril, “onde estão uma série de rumos para a pastoral e que essencialmente se resumem a fazer das nossas comunidades instâncias de acolhimento e de missão”.

“Estes rumos são fruto e uma reflexão muito grande, única, julgo eu. Não conheço nada assim na História da Igreja em Portugal. Ela envolveu milhares de cristãos, leigos, consagrados, clérigos e agora está ao dispor”, acrescenta.

Para o patriarca eleito de Lisboa, é preciso que as comunidades proporcionem “uma iniciação cristã séria, forte”.

“Numa sociedade plural como a nossa, onde há tantas ideias, contraditórias ou convergentes, só assim interessa: quando alguém perfilha não apenas uma ideia mas um tipo de vida, como é o caso de uma cristã ou de um cristão, deve saber o que isso significa”, explica.

O prelado vai receber este sábado o pálio, insígnia litúrgica de honra e jurisdição da Igreja Católica, juntamente com 33 arcebispos metropolitas, numa cerimónia presidida pelo Papa.

A celebração, que se realiza anualmente na solenidade litúrgica de São Pedro e São Paulo, tem início marcado para as 09h30 (08h30 em Lisboa) na Basílica de São Pedro.

PR/OC

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