Lisboa 2023: Presidente da Fundação JMJ assume objetivo de «melhor sincronização» entre várias entidades, para evitar erros

«Todos os processos que temos em mãos vão ser acolhidos e tratados de maneira diferente», aponta D. Américo Aguiar, após polémica com altar do Parque Tejo

Foto: C.M. Lisboa

Lisboa, 27 jan 2023 (Ecclesia) – O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 anunciou hoje uma reunião “na próxima semana”, com responsáveis da capital portuguesa, para promover uma “melhor sincronização dos vários agentes de responsabilidade” na organização do encontro.

“Todos os processos que temos em mãos, desde esta semana para a frente, vão ser acolhidos e tratados de maneira diferente, da nossa parte, para evitar que aconteça o que aconteceu. Felizmente, o escrutínio chamou-nos a atenção, para fazemos melhor”, disse D. Américo Aguiar, esta tarde, após uma reunião com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

“Vamos sentar-nos nos próximos dias, a Câmara de Lisboa, a Sociedade de Reabilitação Urbana, a Mota-Engil, certamente”, acrescentou o bispo auxiliar de Lisboa.

O maior encontro mundial de jovens promovido pela Igreja Católica, iniciado em 1986 por iniciativa do Papa São João Paulo II, vai decorrer pela primeira vez em Portugal, de 1 a 6 de agosto deste ano.

“Nunca organizamos um evento desta dimensão, estamos a organizar pela primeira vez, todos, e estamos a aprender, todos os dias”, apontou D. Américo Aguiar.

Questionado sobre os custos do recinto central do Parque Tejo, que vai acolher as celebrações conclusivas da JMJ Lisboa 2023, com a presença do Papa, o responsável adiantou que, neste momento, o objetivo é distinguir “entre o que é essencial e o que não é”, para que se possam identificar potenciais poupanças.

“O que é essencial, temos de o fazer. O que não é essencial, temos de corrigir”, precisou.

Quatro anos após o anúncio da escolha de Lisboa como sede da próxima edição internacional da JMJ, D. Américo Aguiar destacou que “não é saudável nem é positivo” insistir num “passa culpas”, relativamente a eventuais falhas, afirmando que é preciso “fazer melhor”.

O bispo auxiliar recordou que existe um grupo Projeto do Governo, que tem como a missão coordenar as várias entidades públicas envolvidas nos trabalhos de preparação deste evento, e um “memorando” com as tarefas distribuídas pelas câmaras de Lisboa, Loures e vários ministérios.

Foto: Ricardo Perna/JMJ Lisboa 2023

O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 voltou a agradecer pelo “escrutínio” público sobre o processo do “Palco Tejo”, observando que, no futuro, é necessário evitar “repetir” ou “insistir” nos erros.

O recinto central da JMJ Lisboa 2023, no Parque Tejo, foi adjudicado por 4,24 milhões de euros à Mota Engil, através de ajuste direto, pela Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), a empresa municipal da Câmara de Lisboa.

Segundo informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, à construção do palco-altar soma-se o valor de 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.

D. Américo Aguiar precisou que “para a solução encontrada, foi feito um caderno de encargos, um concurso e uma adjudicação” pela SRU.

“Nós não acompanhamos esta fase final”, indicou.

O objetivo, nos próximos meses, é que a Fundação JMJ possa acompanhar “de fio a pavio” os processos de “dimensão mais significativa”, para que “não se repita nem surpresa de valores nem incómodos”.

Questionada sobre a posição do Vaticano, nesta matéria, D. Américo Aguiar disse que “a Santa Sé “não tem nada a ver, absolutamente nada a ver nem com este palco nem com nenhum dos palcos ou das adjudicações”.

“Isso é uma responsabilidade das entidades organizadoras, é nossa”, assumiu, admitindo que a situação gerou “desconforto” em todos os envolvidos.

Já esta quinta-feira, o bispo auxiliar de Lisboa tinha admitido que o custo do altar-palco “é um número que magoa”, adiantando que iria tentar perceber a razão do valor e abdicar de “parcelas não essenciais”.

A JMJ é um acontecimento religioso e cultural que reúne jovens de todo o mundo durante uma semana.

Cada Jornada realiza-se, anualmente, a nível diocesano (inicialmente no Domingo de Ramos e atualmente na solenidade litúrgica de Cristo-Rei), alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade; até hoje houve 36 JMJ, com 14 edições internacionais em quatro continentes.

OC

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Agência ECCLESIA

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