Lisboa 2023: Plano de Saúde para JMJ vai promover resposta em rede e a nível nacional

«Portugal está preparado para responder a este evento» – Manuel Pizarro

Lisboa, 05 jun 2023 (Ecclesia) – O Ministério da Saúde apresentou hoje, em Lisboa, o seu plano para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, visando “uma resposta em rede e nacional”

“Entre 1 de junho e 1 de setembro, há um reforço dos meios”, adiantou o presidente da Comissão de Gestão do Plano, o médico António Marques, no Auditório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

A resposta no terreno inclui 75 postos de socorro fixos e 75 equipas móveis, para suporte básico, a que se somam 10 postos médicos para suporte avançado de vida e dois hospitais de campanha, sendo acionados os planos de contingência dos principais hospitais portugueses.

Manuel Pizarro, ministro da Saúde, falou de uma “tranquilidade vigilante”, lembrando que Portugal tem experiência de resposta em “grandes eventos”.

A dimensão nacional dos DND e da JMJ, acrescentou, aumentam a “complexidade” da resposta em saúde, que exige uma “vigilância muita atenta”.

“Esperamos que não aconteça nada e estamos preparados para que aconteça tudo”, indicou.

“É um enorme orgulho para Portugal acolher esta JMJ”, marcando uma “posição” do país num momento que tem sobre si os “olhos do mundo”, observou Manuel Pizarro.

O membro do Governo indicou que os vários responsáveis estudaram “atentamente outras experiências anteriores, nas Jornadas Mundiais da Juventude”.

“Portugal está preparado para responder a este evento”, sustentou.

Em declarações aos jornalistas, após a sessão, Pizarro reforçou a convicção de que o país tem meios técnicos “adequados”, face a uma concentração de milhares de pessoas, durante vários dias.

Questionado sobre a concentração de profissionais em Lisboa, o ministro da Saúde afirmou que a resposta à JMJ “não vai prejudicar, de maneira nenhuma” o resto do país, elogiando a “disponibilidade” manifestada por quem vai assegurar as várias escalas.

“São serviços em redundância ao serviço normal do INEM, que continuará a ser assegurado pelos mesmos recursos”, precisou.

Durante a apresentação do plano, D. Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, manifestou a sua gratidão pelo contributo do Estado, “desde a primeira hora”, para promover este encontro mundial.

“Sem a colaboração dos respetivos Estados, não é possível, atendendo à dimensão do que estamos a tratar”, sustentou.

O bispo auxiliar elogiou o trabalho que tem sido levado a cabo nas áreas da segurança e da saúde, para enfrentar o “caos” da semana de 1 a 6 de agosto “da melhor maneira possível”.

“Ter um milhão de pessoas, além do que é costume, é um bocadinho barulhento, desarrumado”, admitiu.

A secretária de Estado da promoção da Saúde, Margarida Tavares, sublinhou que este vai ser “um dos maiores eventos” realizados no país, precisando que o plano do ministério contou com o contributo de 17 entidades, integrantes da estrutura constituída pelo Despacho 4239/2023, de 5 de abril.

“Estamos atentos, queremos estar o mais bem preparados possível para esta situação”, assinalou, na abertura da sessão.

A sessão contou com a presença de vários responsáveis do setor, entre eles o diretor-executivo do SNS, Fernando Araújo.

António Marques precisou que o Plano do Ministério da Saúde parte de uma “atitude proativa”, no sentido de “prevenir situações nefastas”, e apresentou a Linha SNS 24 – 808 24 24 24 como “porta de acesso” para situações não-emergentes.

O responsável elogiou a “rentabilização de meios”, por parte das entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para enfrentar um evento “descentralizado”, com “abrangência nacional” desde 26 de julho, com a realização dos chamados “Dias nas Dioceses’ (DND), antes do encontro mundial na capital portuguesa.

Nos dias finais da JMJ, vai estar no terreno um “dispositivo mais robusto”, acompanhado por uma sala de gestão e monitorização, no Ministério da Saúde.

Para António Marques, os benefícios a nível da “comunicação” e “articulação”, entre entidades, vão ficar para além da Jornada, mostrando “orgulho” no SNS.

OC

A organização da JMJ Lisboa 2023 anunciou a 31 de maio que há 600 mil peregrinos pré-inscritos, de 184 países, numa lista liderada por Espanha, Itália e Portugal.

A Fundação JMJ Lisboa 2023 assinalava os dois meses para o “maior encontro internacional de jovens com o Papa”, que Portugal recebe pela primeira vez, apresentando “alguns dos indicadores registados até ao momento”.

Relativamente ao número de voluntários inscritos para a JMJ Lisboa 2023, já se registaram 20 605 pessoas, dos quais 363 são voluntários exclusivos para a área da saúde, incluindo médicos, enfermeiros e estudantes finalistas de medicina e enfermagem.

O tema da JMJ Lisboa 2023 é ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’, uma passagem do Evangelho segundo São Lucas (Lc 1,39).

Os eventos centrais incluem a Missa de Abertura, a 1 de agosto, que vai ser presidida por D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, no Parque Eduardo VII.

Dois dias depois, o mesmo espaço recebe a celebração de acolhimento do Papa; ainda no Parque Eduardo VII, a 4 de agosto, vai ser celebrada a Via-Sacra, colocando os jovens a rezar com Francisco, acompanhados pelo coro e a orquestra da JMJ.

Já no Parque Tejo, entre os municípios de Lisboa e Loures, decorre a Vigília, na noite de 5 de agosto.

Após pernoitarem no local, os peregrinos participam na Missa de Envio, presidida pelo Papa no domingo, dia 6 de agosto; antes de regressar ao Vaticano, Francisco encontra-se com os voluntários da JMJ.

Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível diocesano (inicialmente no Domingo de Ramos e atualmente na solenidade litúrgica de Cristo-Rei), alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade; até hoje houve 36 JMJ, com 14 edições internacionais, em quatro continentes, e sete dessas edições decorreram na Europa.

 

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Agência ECCLESIA

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