Maria Pia Ornelas, João Fialho e Nadyelle Lima projetam JMJ, a 100 dias do encontro em Portugal
Lisboa, 23 abr 2023 (Ecclesia) – A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que, daqui a 100 dias, vai começar em Lisboa, quer promover o debate sobre a realidade concreta das novas gerações, com a participação de instituições e jovens dos cinco continentes.
“Além da festa, além de acolher o Papa, queremos mais”, disse à Agência ECCLESIA Maria Pia Ornelas, que acompanha as Servas de Nossa Senhora de Fátima (SNSF) num projeto ligado às novas gerações, os “Centros de Dinamização Juvenil”.
A entrevistada integra ainda o Comité Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023, na área responsável pelo voluntariado, em particular das pessoas com deficiência.
Para Maria Pia Ornelas, a programação da JMJ implica um olhar sobre a vida concreta das novas gerações, da Igreja à sociedade.
“Este debate torna-se ainda mais rico, numa JMJ, quando tem jovens de todo o mundo. Há questões que são transversais, há questões que são culturais e que eles partilham”, justifica.
As SNSF, fundadas por Luiza Andaluz (1877-1973) vão estar presentes na Feira Vocacional e na Festa da Juventude, seguindo o desafiado lançado pela religiosa portuguesa: “Tornar felizes os que nos rodeiam”.
João Fialho, da Fundação Salesianos, vai receber em Portugal os grupos ligados à congregação religiosa, de todo o mundo, e integra ainda a equipa do COL que é responsável pelo acolhimento do Papa Francisco.
São João Bosco (1815-1888), fundador dos Salesianos, é um dos patronos da JMJ e inspira este trabalho dos mais novos.
“Queremos colocar os jovens como protagonistas, como centro da Jornada Mundial da Juventude”, aponta.
O programa inclui um momento próprio dos grupos salesianos, a 2 de agosto, com momentos de reflexão, festa e oração
Pessoalmente, João Fialho espera que a JMJ, em “tempos difíceis” para a Igreja, seja um tempo de “evangelização”.
“É um grande desafio, saber mostrar a quem não é crente que vale a pena seguir Jesus”, acrescenta.
Nadyelle Lima, que integra a Comunidade Católica Shalom, nasceu no Brasil e é missionária em Portugal há seis anos, em Almada
“Acolhemos muitos jovens peregrinos da comunidade”, aponta a leiga consagrada, que já em 2013, no Rio de Janeiro, acolheu a primeira viagem internacional de Francisco, mostrando ao novo Papa “uma Igreja muito viva”.
“Os jovens uniram-se para acolher o Papa, mostrar que a Igreja é viva e jovem”, relata.
A entrevistada fala como “uma grande graça” da possibilidade de “estar novamente nesse movimento”, em Portugal, acrescentando que a curiosidade tem aumentado, desde a celebração da Páscoa.
Nadyelle Lima assume a alegria de proporcionar aos jovens “algo novo” e oferecer-lhes “uma experiência de encontro com a pessoa de Jesus”
Os missionários da Comunidade Católica Shalom, fundada por Moysés Azevedo, procuram ir ao encontro das novas gerações em ambientes informais, “mais leves”.
A responsável vai viver a JMJ dos dois lados do Rio Tejo, dado que a Diocese de Setúbal é uma das três dioceses de acolhimento e espera receber 22 mil jovens só no Concelho de Almada.
“Estamos muitos felizes, vai valer a pena todo o trabalho, todas as reuniões”, sustenta.
João Fialho destaca a expectativa de acolher o Papa Francisco, que trouxe “para o centro temas que cruzam a religião e a sociedade”, conseguindo “envolver mais pessoas neste debate” e com a “audácia” de “escutar todos”.
Maria Pia Ornelas destaca, por sua vez, a dinâmica de ir ao encontro das “periferias”, no atual pontificado. “O que mais me toca no Papa Francisco é isto: querer ir ao encontro dos outros. Não é chamá-los, para que venham até ao centro, é ir ao seu encontro. Espero que a Jornada também seja muito isto”, afirma. Nadyelle Lima elogia a “simplicidade” do Papa, que se inspirou na figura de São Francisco de Assis, e que “ensina a Igreja a rezar e a interceder”. “Essa simplicidade chega até mim e alcança muitas pessoas”, conclui. |
A contagem final dos 100 dias para a JMJ está em destaque na emissão do Programa ECCLESIA na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00 deste domingo.
OC
A JMJ nasceu após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
São João Paulo II escreveu uma Carta Apostólica aos jovens do mundo (31 de março de 1985) e depois anunciou a instituição da Jornada Mundial da Juventude (20 de dezembro de 1985) Este é um acontecimento religioso e cultural que reúne jovens de todo o mundo durante uma semana. Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível diocesano (inicialmente no Domingo de Ramos e atualmente na solenidade litúrgica de Cristo-Rei), alternando com um encontro internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade; até hoje houve 36 JMJ, com 14 edições internacionais, em quatro continentes, e sete dessas edições decorreram na Europa. |