Nuno Sobral Camelo diz que é preciso continuar a «caminhar no mesmo sentido»
Évora, 14 set 2023 (Ecclesia) – O novo diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ) afirmou que a JMJ Lisboa 2023 veio “desassossegar pessoas” e “revitalizar” estruturas da Igreja Católica em Portugal.
“Esta Jornada, pelo movimento que criou, pelo conjunto de pessoas que envolveu, conseguiu pôr a mexer todo o país, inclusivamente aqueles que não acreditavam nela”, referiu Nuno Sobral Camelo, em entrevista à Agência ECCLESIA.
De 1 a 6 de agosto, Portugal acolheu pela primeira vez uma edição internacional da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa; na semana anterior (26 a 31 de julho) realizaram-se os ‘Dias nas Dioceses’, em 17 Igrejas locais.
Nuno Sobral Camelo, o coordenador do Comité Organizador Diocesano de Évora (COD) para a JMJ 2023, sublinha que este dinamismo deu novo protagonismo aos jovens e ajudou a criar estruturas, com particular relevância no pós-JMJ e outras questões, como “a crise dos valores da família, da pessoa, em que o individualismo tem tomado grande parte do tempo”.
Este toque a reunir para a Jornada desassossegou, colocou todos a caminhar no mesmo sentido. E a Jornada foi um sucesso, não só do ponto de vista daquilo que se criou, nas estruturas de acolhimento, do acontecimento em si, mas também em termos de mobilização das pessoas e do seu envolvimento na Igreja, na descoberta de Cristo”.
O leigo da Arquidiocese de Évora está ligado à pastoral juvenil da arquidiocese, à pastoral vocacional dos salesianos, e ao CNE – Corpo Nacional de Escutas.
Nuno Sobral Camelo assinala que, na preparação para a JMJ 2023, muita gente que estava afastada dos movimentos, das paróquias, “ou que nunca tinha estado”, foi disponibilizar-se, voluntariar-se, “dizer sim”.
“Temos um conjunto de participação muito largo e um conjunto de voluntários. Os 25 mil voluntários, se os chamarmos amanhã, se calhar vão dizer que sim, já, para outra coisa qualquer”, acrescenta.
Segundo o entrevistado “este movimento crescente”, de fortalecimento de estruturas, culminou numa JMJ “onde foi efetivamente possível, para muitos, fazer encontro com Cristo”.
“O que estava em causa nem era o encontro com o Papa, muitos de nós nem o vimos, estivemos relativamente longe”, acrescenta.
A JMJ Lisboa 2023 teve mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa Francisco, no Parque Tejo.
“Em todas as vezes que o Papa nos falou, disse mensagens muito claras que apontam para o futuro: estamos todos, todos, todos; não podemos ter medo de viver assim, é a nossa vida; vamos navegar as ondas do futuro”, destacou o diretor do DNPJ.
A nomeação do responsável foi divulgada esta terça-feira, após a reunião mensal do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em Fátima.
“O que o futuro nos lança é a obrigatoriedade, a responsabilidade de dar continuidade a este movimento. Que é muito simples, de pessoas que estão na sua vida e acreditam que Cristo está vivo”, conclui Nuno Sobral Camelo.
CB/OC
Nuno Sobral Camelo, que foi o coordenador do Comité Organizador Diocesano da Arquidiocese de Évora para a JMJ Lisboa 2023 explica que apostaram em “conseguir viver a Jornada como peregrinos, com os jovens”, e teve “muita sorte” por ter conseguido viver isso em várias dimensões.
“Acompanhando os jovens, com os nossos grupos, com as nossas paróquias, vivendo em equipa COD, como o corolário do trabalho que fizemos em favor dos jovens e para chamar todos, todos, todos, e também a minha realidade de movimento mais concreto, a minha realidade salesiana, vivendo também o dia ‘WYD DON BOSCO 23’, um dia muito importante, onde o movimento juvenil se concentrou no Estoril. E ainda com a possibilidade de estar próximo do Papa e de estar a ser útil à própria resposta logística da Jornada em algumas situações”, exemplificou. O responsável pelo COD de Évora afirma que a vivência da semana da JMJ 2023 “deu para tudo”, sobretudo para viver e “comemorar com outros o caminho feito e que tinha começado lá muito atrás”, e para quem esteve envolvido na preparação deste encontro mundial “viver como peregrinos foi a grande diferença”, porque estavam a conseguir “celebrar um processo que levantou a todo o tempo dúvidas, desafios, e dificuldades”. “E ali conseguimos viver isto como uma realidade consumada de que o nosso trabalho valeu a pena, porque está cheio de gente e as pessoas estão a viver a Jornada. E fomos encontrando ao longo da Jornada pessoas de outros países que foram acolhidas na nossa diocese e isso foi extraordinário, pessoas que tinham estado a partilhar connosco os ‘Dias nas Dioceses’, recordou Nuno Sobral Camelo. |