D. José Cordeiro assinala que em cada diocese «não se pode de modo algum desperdiçar capital espiritual» do encontro
Fátima, 07 set 2023 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, dos bispos de Portugal, afirmou que a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa foi uma “segunda Páscoa neste ano litúrgico”, a “Páscoa do Verão”.
“Sentimos que a realização da Jornada Mundial da Juventude, de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, foi o resultado de uma boa e bela preparação que aconteceu em todas as dioceses em Portugal, e naqueles que de outros lugares do mundo vieram até nós”, disse D. José Cordeiro à Agência ECCLESIA, esta quarta-feira, em Fátima.
No Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica 2023, o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade assinalou que com as próprias celebrações, que obedecem a um modelo da Jornada Mundial da Juventude, poder-se-ia dizer que “é quase um Tríduo Pascal, houve a abertura, a Via-Sacra, a vigília, a própria celebração do envio”.
“Constituiu uma segunda Páscoa neste ano litúrgico, se quisermos a Páscoa do Verão e que será certamente fecunda. Foi um momento inesquecível, um momento único de todos os que participamos”, acrescentou.
A primeira edição internacional da JMJ em território português congregou mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas – vigília e Missa de envio, presididas pelo Papa Francisco, no Parque Tejo.
O arcebispo de Braga, que tem estado numa “atitude de escuta”, destaca, a partir do eco que chega, sobretudo os jovens, que “os desafios depois da Jornada são muitos mas centrados naquilo” que viveram, “nos jovens que carregam a cruz e com Cristo querem continuar a carregar as suas dores, sofrimentos e dores do mundo”.
“Em cada diocese não se pode, de modo algum, desperdiçar este capital espiritual que a Jornada Mundial da Juventude na sua preparação, realização e continuidade tem que continuar a oferecer; E de modo especial com os jovens que testemunharam, e juntos testemunhamos, que é possível uma Igreja diferente, um mundo novo, percorrer os caminhos essenciais do Evangelho, da Eucaristia, da edificação da comunidade.”
O diretor do Serviço Nacional de Música Sacra (SNMS), do Secretariado Nacional de Liturgia (SNL), começou por destacar que a JMJ Lisboa 2023, “no seu todo, foram muito boas”, um resultado “francamente positivo”.
“Sobre a perspetiva da música, acho que ganhámos imenso, o que vimos em Lisboa, um grande coro criado por pessoas de cada uma das dioceses, e muito bem, uma boa orquestra. É importante que as pessoas percebam que aconteceu porque há um trabalho prévio”, referiu à Agência ECCLESIA.
Segundo o professor Emanuel Pacheco (Diocese do Porto), no geral foi “bastante bom” o que ouviram, “muito boa música”, mas, quanto à perspetiva da música litúrgica, nem sempre foi assim, com “alguma quebra da linha de continuidade”.
O diretor do SNMS afirmou também que “as pré-jornadas foram muito importantes em cada uma das dioceses”, os ‘Dias nas Dioceses’, de 26 a 31 de julho realizaram-se em 17 dioceses, “e algumas tiveram movimentos muito grandes à roda da liturgia e da música em especial”.
“A Diocese do Porto fez um caminho muito grande e as Jornadas acabaram por ser uma origem para lançar um novo trabalho. A ‘pré-jornada’ foi uma alavanca para a música na diocese, há um projeto de trabalho que nasce um bocadinho com os coros da diocese, um coro muito grande com os coros das igrejas que puderam estar”, desenvolveu o professor Emanuel Pacheco.
O SNL, da Conferência Episcopal Portuguesa, realizou o 47.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica (ENPL), em Fátima, com o tema ‘Ministérios na Igreja Sinodal’, de 4 a 7 de setembro.
CB/PR