Padre Gonçalo Abreu Rocha sublinha que novas gerações «precisam de uma relação com Deus de tu a tu, olhos nos olhos, coração a coração»
Lisboa, 26 jun 2023 (Ecclesia) – O novo vigário regional do Opus Dei em Portugal disse à Agência ECCLESIA que a JMJ Lisboa 2023 é uma oportunidade para reforçar a “atração dos jovens pela fé”.
“As JMJ são indiscutivelmente uma ótima oportunidade para esse encontro nuclear de cada jovem com Deus. O Papa propõe aos jovens a experiência da Eucaristia, da confissão, da adoração, e ainda tem esse momento tão especial em que vai confessar jovens”, indica o padre Gonçalo Abreu Rocha, em entrevista publicada hoje.
O sacerdote assinala a importância do encontro mundial, que Portugal vai receber de 1 a 6 de agosto, para que que os jovens católicos possam “viver cada um a sua vocação na Igreja, qualquer que ela seja”.
“Creio que vemos vários sinais de grande atração dos jovens pela fé. É muito habitual que cada rapaz e cada rapariga reaja com impetuosa generosidade quando descobre, quando toca, que Deus é bom, está vivo, fez-se jovem em Jesus”, acrescenta.
Por isso é tão importante não perturbar o seu acesso a Deus com coisas secundárias. Os jovens precisam de Deus, não lhes bastam as coisas de Deus. Precisam de uma relação com Deus de tu a tu, olhos nos olhos, coração a coração”.
O padre Gonçalo Abreu Rocha, de 57 anos, foi nomeado vigário regional do Opus Dei em Portugal pelo responsável mundial desta prelatura pessoal da Igreja Católica, no dia 18 de maio, assumindo esta missão com um misto de “apreensão” e “segurança”.
“O vigário regional, como representante no país do prelado do Opus Dei, serve o carisma que Deus, na Igreja, confiou ao nosso fundador, S. Josemaria Escrivá: alertar pessoas de todas as condições para a grandeza da vida quotidiana vivida como filhos de Deus, à imagem de Cristo, que até aos 30 anos foi Deus a viver como cidadão e trabalhador comum”, prossegue.
O contacto com o Opus Dei chegou através de um dos irmãos do sacerdote, “de forma muito suave e natural”.
“Decidi aceitar o que me pareceu, e ainda parece, o projeto que Deus traçou para mim”, assume o responsável.
Questionado sobre as orientações do Papa, que em 2022 publicou o documento ‘Ad charisma tuendum’ (para tutelar o carisma), sobre o Opus Dei, o padre Gonçalo Abreu Rocha fala num “aprofundamento da missão” e um “novo vigor”.
“Os trabalhos de implementação das orientações do Papa são norteados por duas ideias fortes: a fidelidade ao carisma de S. Josemaria e a adesão filial à vontade expressa pelo Santo Padre”, acrescenta.
A melhor força para transformar o mundo é que cada um de nós se deixe converter radicalmente para ser uma imagem cada vez mais fiel de Jesus Cristo. Depois, em cada época da história é sempre necessário encontrar, na fidelidade a Cristo, e, no caso das instituições, ao próprio carisma, formas frescas e iluminadoras que sejam expressão fiel da força sempre nova e sempre antiga do Evangelho”.
O responsável destaca que o Opus Dei segue as orientações do Papa no que diz respeito ao Sínodo 2021-2024, observando que “a incorporação das grandes ideias do processo sinodal – comunhão, participação e missão – é um caminho em que se deve sempre avançar”.
Quanto à proteção de menores e pessoas vulneráveis, o vigário regional recorda a criação de normas de prevenção e protocolos para tratamento de denúncias.
“Embora de forma sempre melhorável, têm sido muito importantes em ordem a criar uma nova sensibilidade e uma nova cultura de cuidado”, conclui.
O Opus Dei é uma instituição da Igreja Católica, fundada por S. Josemaria, e tem como finalidade difundir, em todos os ambientes da sociedade, uma “profunda consciencialização do chamamento universal à união com Deus e à evangelização na vida profissional e em todas as circunstâncias da existência corrente”.
A prelatura celebra hoje a solenidade litúrgica de S. Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.
OC