Cardeal português salienta que jovens são responsáveis «pelo amanhecer e pela primavera do cristianismo»
Lisboa, 03 ago 2023 (Ecclesia) – O cardeal português D. José Tolentino Mendonça destacou hojeas palavras de incentivo do Papa aos estudantes universitários, na Universidade Católica, afirmando que “é muito importante ver” como Francisco os desafia “a construir outras versões do mundo”.
“O Papa Francisco falou aos peregrinos e os jovens são peregrinos na busca, na inquietação. O Santo Padre sublinhou muito dois verbos, o verbo buscar e o verbo arriscar. Que são dois verbos também no coração da universidade e do mundo escolar”, começou por salientar o prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé), à Agência ECCLESIA.
O colaborador do Papa explicou que “buscar”, é estar aberto à verdade, “é viver na procura, sentir que não se está já completo, não estar do lado das respostas fáceis”, e arriscar, porque “quando se encontra o tesouro” é preciso dar a vida.
“Nesse sentido, o Santo Padre desafiou muito os jovens a arriscar na Igreja, a acreditar que não vivemos tempo de crepúsculo, mas que eles são responsáveis pelo amanhecer e pela primavera do cristianismo”, acrescentou.
Para o cardeal português é “muito importante” ver como o Papa Francisco “desafia os jovens a construir outras versões do mundo”, porque aquilo que existe não é a única forma possível, “não é inevitável”, e desafia os jovens a “construírem uma nova coreografia social”.
“Isto é, novas relações internacionais, nova forma de viver a economia, de viver a política, de viver as humanidades, atravessados pelos grandes valores do Evangelho, pelos grandes valores humanistas, mas acreditando verdadeiramente que é possível que aquilo que queremos, sonhamos possa verdadeiramente acontecer”, explicou.
O cardeal Tolentino Mendonça destacou uma “expressão belíssima” do Papa, que, “muitas vezes, diz que é preciso frequentar o futuro, e, hoje, na Universidade Católica Portuguesa, acrescentou uma forma nova, citando o Padre António Vieira, falou primeiro das saudados do futuro, mas, acrescentou que “é preciso ter memória do futuro”.
“Memória do futuro é uma imagem que nos dá a volta, normalmente, temos memória do passado, mas recordar-se que há futuro é sem dúvida uma amarra importante, é uma espécie de corrimão que nos ajuda a passar pelas situações de crise, tendo o olhar e o coração fixos no horizonte”, desenvolveu o cardeal poeta.
O programa deste terceiro dia de Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 tem como ponto alto o acolhimento ao Papa Francisco, que chegou à capital portuguesa esta quarta-feira, na Colina do Encontro, no parque Eduardo VII.
D. José Tolentino Mendonça realça que mais de um milhão de jovens “em nome da paz, desarmados”, chegam a uma cidade e abraçam-se, “pensam no mundo” e “trazem no coração o sonho de um mundo onde todos têm lugar”.
“Eles são verdadeiramente um fermento profético e é impossível não ser tocado, não ficar comovido por aquilo que é a lição dos jovens. Na Jornada Mundial da Juventude os jovens são os nossos mestres”, acrescentou.
A Jornada Mundial da Juventude, que Portugal recebe pela primeira vez, é um encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, que reúne centenas de milhares de participantes durante cerca de uma semana, em iniciativas religiosas e culturais, sob a presidência do Papa.
Até hoje houve 14 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com uma celebração anual em cada diocese católica.
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