Um ano depois, jovens e voluntários encheram de cor a Sé, na eucaristia de agradecimento do encontro de jovens de todo o mundo com o Papa
Lisboa, 07 ago 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa afirmou esta terça-feira, na Sé de Lisboa, que falar na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 sem Jesus ter ressuscitado na vida e na existência de cada um, “é fazer história”, “arqueologia” e “passado”.
“Se tu falas da JMJ só, sem este Cristo que ressuscita na tua vida, estás a fazer história, estás a fazer arqueologia, estás a fazer notícia, estás a fazer passado. Mas a JMJ existiu e existe para te proporcionar, para te ajudar a viver a experiência da Ressurreição”, referiu D. Rui Valério, na homilia.
Um ano depois da experiência em Lisboa chegar ao fim, a 6 de agosto, centenas de jovens e voluntários, dos Comités Organizadores Local, Diocesanos, Vicariais e Paroquiais, que apoiaram a preparação da JMJ Lisboa 2023, encheram a Sé, trazendo um colorido à igreja, com as t-shirts do encontro.
Questionado se ao longo deste ano, os jovens viveram um Cristo ressuscitado e empenhados na Igreja desta forma, o patriarca sublinhou, em declarações aos jornalistas, que tem verificado que a frase “todos, todos, todos”, do Papa Francisco “tem feito escola dentro da própria Igreja” e, por isso, “não haja dúvida” que “há um antes e um depois pautado e ritmado pela JMJ”.
“Os jovens, realmente, encontraram ou reencontraram aqui, talvez, uma familiaridade, um espaço de convívio, um espaço de vida que é a Igreja que lhes oferece a possibilidade para viver essa plenitude e, nesse sentido, a Igreja que vem ao encontro daquilo que é o grande profundo e intenso desejo dos jovens de hoje”, evidenciou.
Na homilia, o patriarca defendeu que Cristo foi a principal razão que mobilizou milhares de pessoas a participar na jornada: “Foi Cristo que pegou em cada um de nós e nos trouxe cá. E aqui mostrou-nos coisas maravilhosas”.
Partindo do Evangelho de São Marcos, que relata a Transfiguração de Jesus, D. Rui Valério abordou o momento em que os discípulos não viram mais ninguém senão o Filho de Deus, indicando que adquiriram “um novo olhar”.
Tal como os discípulos, também os participantes na JMJ Lisboa 2023 estavam há um ano a viver este “encanto”.
“Quando Jesus está presente e inunda o teu coração, os passos que tu dás é sempre para Jesus. Tu sozinho com Jesus. E em Jesus reencontras todos os outros irmãos e todas as vicissitudes da existência”, assinalou.
No final da homilia, D. Rui Valério evidenciou a “brancura tão resplandecente” no momento de transfiguração, mencionando que há um ano o Papa também usava vestes “extraordinariamente brancas”.
“Aquele branco do Papa Francisco, a quem nós todos agradecemos, a quem nós todos rezamos pela sua saúde. E a quem nós todos, daqui, dizemos este nosso desejo de o reencontrar aqui na nossa querida e amada cidade uma outra vez. Quem sabe para que os jovens de 2023, famílias de 2030, ele queira vir para um encontro de famílias”, concluiu.
Em declarações aos jornalistas, D. Rui Valério disse que a vinda do Papa a Portugal é “por enquanto um sonho”.
“Julgo que seja também o seu desejo [do Papa Francisco] vir a Portugal e conhecer este povo maravilhoso. Ou melhor, conhecer ou estar novamente com este povo maravilhoso. Reencontrar Nossa Senhora na Cova da Iria. E, sobretudo, Portugal, como se sabe, na senda da história, tem estado presente e tem marcado presença em momentos determinantes, em momentos decisivos como aconteceu há um ano, quando a JMJ foi pretexto para um desconfinamento espiritual da humanidade”, realçou. Sobre se a presença do Papa seria no âmbito do encontro mundial de famílias, em 2030, em Portugal, D. Rui Valério afirmou que é importante estas sentirem a presença de Francisco, mas que a hipótese de visitar novamente o país “não passa disso mesmo: um sonho, um desejo, de uma intenção”. |
Na eucaristia, o patriarca deixou um agradecimento a todos os que “contribuíram de forma decisiva” para a JMJ Lisboa 2023, desde paróquias, dioceses, famílias de acolhimento, até às autoridades civis e câmaras municipais e governo português.
“Todos nós saímos de lá [JMJ] com a certeza de que Jesus nos dá força para testemunhar missionários a nossa fé e a nossa esperança. É este agradecimento que queremos dizer ao Senhor. Um grande obrigado por aquele momento em que Portugal foi capaz de sair em Lisboa à rua para dizer que não temos vergonha de sermos cristãos, não temos vergonha de ser discípulos de Jesus, não temos vergonha do Evangelho”, ressaltou.
Até hoje houve 15 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com celebrações anuais em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016), Panamá (2019) e Lisboa (2023).
A próxima edição da JMJ realiza-se em Seul, na Coreia do Sul, em 2027.
LJ