Lisboa· Comunidade madeirense, amigos e curiosos, celebraram a Missa do Parto, antes do nascer do sol

D. Rui Gouveia, bispo auxiliar do patriarcado, que é natural da Madeira, presidiu à celebração de uma tradição em tempo de Advento na igreja paroquial de Alfragide

Foto Diogo Paiva Brandão/Patriarcado de Lisboa, Missa do Parto na Paróquia de Alfragide, presidida por D. Rui Gouveia

Amadora, 13 dez 2025 (Ecclesia) – D. Rui Gouveia, natural da Madeira, presidiu hoje à Missa do Parto na igreja de Alfragide, em Lisboa,  “uma grande oportunidade para quem não pode ir à ilha preparar-se para o Natal”.

“O Natal é mais que tudo um tempo de paz e estes convívios estreitam as distâncias nas pessoas. Creio que é sempre um tempo excelente para a reconciliação, o tempo de se conhecerem, de crescer na amizade à volta de Maria que nos dá Jesus”, disse o bispo auxiliar de Lisboa, em declarações à Agência ECCLESIA, após a Eucaristia.

As Missas do Parto são uma novena a Nossa Senhora “para ajudar a viver o tempo do Natal”, que D. Rui Gouveia considera uma “alegria antecipada, própria de quem já espera”.

“Mais que tudo, preparar o Natal é viver nesta alegria para um madeirense”, sublinhou o bispo natural da Ilha da Madeira que presidiu à Missa do Parto, tradição do arquipélago português que invoca “o bom parto da Virgem Maria”, nos dias que antecedem o Natal.

Para o presidente da celebração, à Virgem do Parto, “a mãe de Jesus que também é dada como mãe”, pede-se “o que vai no coração”: “a saúde, a alegria, a palavra de Deus que guia”.

“A virgem do parto é a virgem da esperança. Porque traz em si Jesus nos últimos dias antes de dar à luz, e, por isso mesmo, ela aponta-nos para a graça que Jesus nos traz e isso é sempre um caminho de esperança.”

A celebração das Missas do Parto, que nasceram nos séculos XV e XVI e celebram-se antes do nascer do Sol, e foi acolhida há mais de uma década pela comunidade de Alfragide, “por impulso de um grupo de católicos madeirenses e do saudoso padre Nélio Tomás [sacerdote dehoniano natural do Porto da Cruz, que faleceu em novembro de 2021], que durante vários anos foi pároco dessa comunidade”, explicou a organização da celebração.

A Paróquia de Alfragide abriu as portas da igreja da Divina Misericórdia a madeirenses, aos portossantenses, aos seus descendentes e a quem se quis associar a esta celebração que preserva “a essência da tradição original”: Os cânticos próprios, a igreja foi “ornamentada com bordado Madeira, a tradicional lapinha”, e terminou em procissão para o adro, entoando o cântico ‘Virgem do Parto, ó Maria…’, no “ambiente festivo que caracteriza esta celebração”.

“Como madeirense, é uma alegria poder vir e participar da Missa do Parto. E há uma coisa que a vida nos ensina: as nossas raízes são importantes e quanto mais a idade avança, mais as raízes puxam por nós porque elas constituem-nos, estruturam-nos, por isso ter no continente uma Missa do Parto é uma grande oportunidade para quem vive aqui, e não pode ir à ilha, participar e preparar-se para celebrar o Natal”, afirmou D. Rui Gouveia.

Após a celebração litúrgica, seguiu-se um momento de convívio com gastronomia típica da ilha e música inspirada nas suas tradições.

“Eu aprecio muito as Missas do Parto e o convívio que é feito a seguir”, salientou D. Rui Gouveia, bispo auxiliar de Lisboa natural da Ilha da Madeira.

CB/PR

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