Líbia: Sonho europeu acaba nas águas do Mediterrâneo

As autoridades líbias procuram nas águas do Mediterrâneo mais de 500 pessoas que podem morrido afogadas ao largo da costa de Tripoli. Os dois barcos em que seguiam centenas de emigrantes ilegais – um com 250 pessoas, outro com 350 – afundaram-se não muito longe da capital líbia, a 30 quilómetros da costa. O Governo líbio assegura que, até ao momento, só conseguiu resgatar das águas 23 pessoas com vida. Também já foram localizados 23 cadáveres. Os barcos que não tinham qualquer tipo de salva-vidas terão naufragado no meio de uma tempestade com ventos muito fortes. Tudo indica que os imigrantes ilegais que estão desaparecidos eram egípcios que se dirigiam para a ilha italiana de Lampedusa, o principal ponto de entrada na Europa de barcos com imigrantes africanos. O Governo italiano acredita conter esta vaga de desembarques ilegais, já em Maio próximo, quando entrar em vigor um acordo entre Berlusconi e Kadhhafi para a patrulha conjunta da costa líbia. Por cá, na opinião do Presidente da Comissão Episcopal para a Mobilidade Humana, este trágico acontecimento ao largo da Líbia, com características que não são inéditas, confirma a necessidade da Europa ter um outro olhar para África. Em declarações à Renascença, D. António Vitalino começa por relembrar as severas dificuldades que vive o continente africano. Num continente com graves problemas é natural que atracção pela Europa seja grande e que leve pessoas que vivem dificuldades a apostar na incerteza. Hoje em dia, não se entende que o mundo desenvolvido só pense em si. Temos que encontrar não só ao nível económico, mas a todos os níveis, uma integração das pessoas no desenvolvimento possível e sustentável para que estas desgraças não se repitam”, afirma. D. António Vitalino acrescenta que a próxima reunião do G20 seria uma excelente oportunidade para o mundo industrializado definir uma nova estratégia que permita o desenvolvimento de áreas mais desfavorecidas como o continente africano.

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