16 comunidades religiosas, dois bispos e 15 padres querem prosseguir a sua missão num momento considerado «difícil»
Lisboa, 23 Fev (Ecclesia) – O representante diplomático da Santa Sé na Líbia, arcebispo Tommaso Caputo, afirmou à Rádio Vaticano que os missionários católicos neste país africano não vão “abandonar” a população neste momento “difícil”.
“Em relação à grave situação que se criou nos últimos dias, as comunidades religiosas que operam nos vicariatos apostólicos de Tripoli e Bengasi continuam a estar plenamente ao serviço da população e dos fiéis”, assinalou esta terça-feira o Núncio (embaixador) italiano, de 60 anos, na Líbia desde 2007.
A emissora radiofónica fala em “mais de mil mortos” na sequência dos protestos que, desde 15 de Fevereiro, pedem o fim do regime de Kadhafi, no poder desde 1969.
Os incidentes mais graves ocorreram em Benghazi, segunda maior cidade líbia e principal centro urbano da Cirenaica, província oriental deste país.
Tommaso Caputo assinala que a maioria das “16 comunidades femininas” de congregações e ordens religiosas trabalha no campo da saúde e “neste momento intensificou a sua assistência à população”.
“Do mesmo modo, os dois bispos e 15 sacerdotes prosseguem o seu serviço e querem continuar a missão que lhes foi confiada”, acrescenta.
Para este responsável, a presença dos missionários pode “infundir coragem” num momento “difícil” para a Líbia, país em que a Igreja Católica tem cerca de 100 mil fiéis.
O jesuíta egípcio Samir Khalil Samir, professor de história da cultura árabe e islamologia na Universidade São José de Beirute, Líbano, disse à Rádio Vaticano, por seu lado, que “o mundo árabe está a viver a sua «primavera»”.
“As pessoas estão cansadas de reinos ou repúblicas que duraram décadas, que não dão lugar à democracia, à liberdade, à igualdade, à partilha de decisões, especialmente com uma situação económica e social em que muitas pessoas se encontram em dificuldade”, refere.
OC