Liberdade religiosa com Observatório em português

Centenas de pessoas morrem, em pleno século XXI, devido a motivos religiosos e em muitos países vigora ainda legislação repressiva contra minorias religiosas, proibições de culto e discriminações sociais. Para um olhar pormenorizado sobre o drama das comunidades religiosas perseguidas nos cinco continentes, o novo site da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) disponibiliza um “Observatório da liberdade religiosa no Mundo”, com material único no seu género em Portugal. O Observatório da liberdade religiosa oferece informação actualizada sobre violações à liberdade de culto em vários países do mundo. A AIS publica anualmente um relatório sobre a liberdade religiosa que serve de base aos dados disponíveis on-line. “Oferecemos informação estatística rápida sobre presença religiosa e a situação jurídica das comunidades religiosas, além dos casos mais relevantes ao longo do ano”, explica à Agência ECCLESIA David Silva, do departamento de informação da Fundação. O novo site (www.fundacao-ais.pt) abrange as três vertentes da missão da organização: Informação, Oração e Acção. A especial relação do fundador da AIS com Fátima (ver texto do presidente do conselho de administração da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre) explica que a mudança de página na Internet tenha acontecido a 13 de Maio. Os visitantes poderão consultar notícias nacionais e internacionais exclusivas, relacionadas com a actualidade religiosa e com a acção desenvolvida, pela Fundação em Portugal, bem como pelos secretariados da organização a nível internacional. Os utilizadores registados irão também receber, semanalmente, uma newsletter com as principais notícias, campanhas e eventos organizados pela AIS. A página de Internet da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre conta, para além do Observatório, com outras novas secções: Espaço de Oração (onde os utilizadores podem colocar “on-line” as suas intenções de oração pela Igreja perseguida) e Campanhas de Solidariedade, de recolha de fundos para financiar os projectos apoiados pela Fundação. “Uma das necessidades que sentimos era a de apresentar rapidamente a actividade da FAIS, como organização pública dependente da Santa Sé. A Internet ajuda a apresentar o nosso trabalho, os projecto que apoiamos nos países onde estamos presentes, dado que é possível mostrar as acções concretas em que estão a ser aplicados os donativos dos nossos colaboradores”, assinala David Silva. Com esta iniciativa, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre visa divulgar a sua actividade e missão junto de novos públicos, procurando dar o seu contributo para a Nova Evangelização, através das modernas tecnologias da comunicação. “A decisão de agrupar conteúdos e novas funcionalidades tem em vista a vontade de ir ter com um público mais jovem, que nem sempre está familiarizado com as organizações católicas”, ressalta o nosso entrevistado. A visibilidade oferecida pela Internet permitirá divulgar campanhas, publicações e os vários materiais que a Fundação oferece em favor das vítimas da intolerância e da perseguição religiosa. 10 anos de serviço em Portugal No novo site da AIS é apresentado o percurso da Fundação, desde a sua criação pelo Pe. Werenfried, sendo explicada a chegada a Portugal. Em 2005 a AIS assinala uma década de actividade da Fundação em Portugal, iniciada em Outubro de 1995, com a inauguração do secretariado nacional em Lisboa. Entre 9 e 13 de Julho, a Fundação organiza um retiro espiritual no Centro Catequético, em Fátima. Este retiro será presidido por D. Francisco da Mata Mourisca, Bispo do Uíge, presidente da Caritas e do Movimento Pro Pace em Angola. De 13 a 16 de Outubro decorre um ciclo de conferências com D. Francisco Silota, Bispo de Chimoio (Moçambique) e vice-presidente das Conferências Episcopais de África e Madagáscar. Este ciclo de conferências terá lugar em Braga, no Porto e em Fátima, encerrando no dia 16 em Lisboa com uma celebração eucarística pública. AIS Criada em 1947 pelo Padre Werenfried van Straaten, inspirado na mensagem de Fátima, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre é uma organização universal, dependente da Santa Sé, que apoia projectos pastorais em cerca de 130 países onde a Igreja se encontra em dificuldades. A defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa, bem como a denúncia dos totalitarismos, do fanatismo religioso, a multiplicação das seitas e a falta de sacerdotes são, entre outras questões, as áreas actuais de acção da nossa organização. A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre divulga informação cristã, em colaboração com os meios de comunicação social, através da impressão e distribuição de literatura religiosa e da publicação e divulgação de relatórios sobre a Igreja perseguida. A promoção de uma “corrente de oração” junto dos cristãos em Portugal em comunhão com todos os cristãos que estão impossibilitados de manifestar publicamente a sua fé, bem como por aqueles que os perseguem, é também parte fundamental da nossa missão. Com o objectivo de disponibilizar meios para que a Igreja perseguida possa realizar a sua missão de evangelização, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre recolhe donativos de inúmeros benfeitores em todo o mundo para apoiar projectos de formação de líderes religiosos, de construção e reparação de edifícios religiosos, de disponibilização de meios de transporte para trabalho pastoral e de apoio a refugiados. A relação do P. Werenfried van Straaten com Portugal e com a Mensagem de Fátima O P. Werenfried tinha uma íntima afinidade espiritual com Portugal e em particular com a Mensagem de Fátima. Esta relação intensificou-se profundamente em Setembro de 1967, na célebre peregrinação da Igreja do Silêncio, à Cova da Iria, presidida por Sua Eminência o Cardeal José Beran, Arcebispo de Praga, (cf. FÁTIMA 50, Ano I-N.º 6, 13 de Outubro de 1967). A partir desse momento, a nossa Obra: AUXILIO À IGREJA EM CRUZ, foi acolhida pelo Senhor Dom João Pereira Venâncio, Bispo de Leiria, que não hesitou em a aprovar canonicamente, na sua Diocese, e de afirmar solenemente, no dia 14 de Setembro que: “A Obra de Auxílio à Igreja em Cruz está dentro do Coração da Mensagem de Fátima… por isso ela seja bem-vinda e, começando pela Diocese de Leiria se espalhe por todo o País e produza os frutos da graça que em toda a parte tem suscitado…”, (cf. Boletim dos VIDENTES DA FÁTIMA, N.º 6, Outubro de 1967). Todavia, Portugal vivia mergulhado numa guerra colonial, na Guiné-Bissau, Angola e em Moçambique, numa situação de pobreza típica dos povos do terceiro mundo. O projecto do Padre Werenfried não passou de um simples boletim, publicado em Português, no mês de Dezembro de 1967. Entretanto, houve outras tentativas no sentido de refundar a nossa Obra, em Portugal, mas que não tiveram consistência no processo de refundação até 1993. Foi então que, em 1993, um grupo de Senhoras da Cidade de Lisboa, apaixonadas pela Mensagem de Fátima e pela Igreja do Silêncio, pelos Livros do Pe. Werenfried e pelo BOLETIM que recebiam dos Secretariados Nacionais da França e da Espanha, pediu ao Padre Werenfried que se criasse em Portugal um Secretariado. E foi em 25 de Março de 1995 que numa reunião, no Secretariado Internacional, em Königstein, se decidiu a refundação da Ajuda à Igreja que Sofre por vontade expressa do Padre Werenfried, no dia 13 de Outubro do mesmo ano. E é ele quem nos dá as orientações programáticas para Portugal e para a nova fundação: “A 13 de Outubro, fundamos em Fátima a secção portuguesa da Ajuda à Igreja que Sofre. Porquê? Porque a mensagem de Fátima influenciou sempre, de forma essencial, a nossa acção. No passado, ela ajudou-nos a denunciar incessantemente a maldade intrínseca do comunismo e a assistir as suas vítimas como bons samaritanos.(…). Ela incita-nos, também, a devotarmo-nos mais que nunca à conversão do Ocidente, que deve preceder a da Rússia. Para a realização deste programa à escala mundial, a nossa Obra precisa de sangue novo e de novos amigos. Esperamos encontrá-los em Portugal, o país Católico mais pobre da Europa (cf. Versão Alemã, Inglesa e Francesa do Boletim n.º 7,1995). Não se trata de buscar contribuições financeiras importantes. Estas esperamo-las de vós! (dos países ricos da Europa, cf. Versão Alemã, Inglesa e Francesa, supra citada). Mas estamos certos de que os católicos portugueses vão oferecer o seu amor e o seu contributo à Igreja que sofre. Em Portugal, nós procuramos encontrar entre os inumeráveis filhos de Maria, com a sua fé profunda e a sua devoção espontânea, os orantes e os penitentes que queiram ser intercessores junto da Virgem santa e de Deus omnipotente, em favor da Igreja que sofre.” (cf. BOLETIM N.º 7, Outubro, 1995 em Português e Alemão). O Padre Werenfried era um Peregrino apaixonado de Fátima e tentava interpretar a Mensagem da Senhora correctamente, como mais tarde a veio a interpretar e a confirmar Sua Eminência o Cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano, ao afirmar no dia 13 de Maio do ano 2000, que: “A visão de Fátima refere-se sobretudo à luta dos sistemas ateus contra a Igreja e os cristãos e descreve o sofrimento imane das testemunhas da fé do último século do segundo milénio. É uma Via-sacra sem fim, guiada pelos Papas do século vinte.” (cf. Card. Sodano, Memórias da Irmã Lúcia, 8.ª edição, Agosto de 2000, pg. 220). O Padre Werenfried não conhecia a terceira parte do Segredo de Fátima. Só a Irmã Lúcia o conhecia, mas intuía-o profundamente, vivia-o ao assistir ao “negro espectáculo” do Leste Europeu e como o Santo Padre Bento XVI, então Cardeal Ratzinger, Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé , sintonizava com o segredo: «A terceira parte do segredo refere-se às palavras de Nossa Senhora: “Se não, (a Rússia) espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas”». (cf. Joseph Card. Ratzinger, memórias da Irmã Lúcia, obra supra citada, página 232). O Padre Werenfried era um Louco por Deus. Ele sentia o apelo de Fátima como uma grande missão que Deus lhe confiava a ele pessoalmente, por intermédio de Maria. Ele via a segunda evangelização, da velha Europa, como a sua última grande missão, unida à conversão da Rússia e à unidade fraterna com a Igreja Ortodoxa. O Povo português representava para o Fundador da Igreja que Sofre: um povo pobre, humilde, com uma fé profunda, com uma devoção popular genuína, um povo orante e penitente, com uma missão profética legada por Nossa Senhora de Fátima. O pensamento do Padre Werenfried está mais uma vez em perfeita sintonia com a Senhora da Mensagem e com a interpretação da terceira parte do “segredo” feita pelo Santo Padre Bento XVI, então Cardeal Joseph Ratzinger: “(…) o texto do «segredo» – é a exortação à oração como caminho para a «salvação das almas», e no mesmo sentido o apelo à penitência e à conversão”. (cf. Cardeal Joseph Ratzinger, Memórias da Irmã Lúcia, obra supra citada, página 234). A mensagem de Fátima e as Directrizes Espirituais do Padre Werenfried exortam-nos, hoje, a todos nós, à oração, à penitência e à conversão e assim “O Imaculado Coração de Maria: Triunfará”!… Paulo Bernardino, presidente do conselho de administração da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

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