Não há conflito entre liberdade de expressão e religião se os respectivos limites forem respeitados. Esta foi a principal conclusão do seminário promovido ontem pela Universidade Lusófona de Lisboa, a respeito do tema. D. Manuel Clemente considera importante construir pontes e diz que a recente viagem do Papa à Turquia foi um bom exemplo. Segundo o Bispo Auxiliar de Lisboa, o gesto de Bento XVI na Mesquita Azul, em Istambul, de realizar um minuto de silêncio e meditação virado para Meca, juntamente com o Grande Mufti, teve um “longuíssimo alcance”, considerando-o um “gesto profético”. “Foi um gesto correspondente ao de João Paulo II em 1986, em Assis, uma coisa ímpar e completamente inédita na história religiosa da humanidade”, sublinhou o Bispo Auxiliar de Lisboa. O debate permitiu ao representante da comunidade islâmica explicar que os media dão muito espaço ao radicalismo de alguns sectores islâmicos, que acabam por fomentar o terrorismo. “Acho que estamos a cair no erro de fazer um pouco o jogo destes terroristas. O que é que eles querem? Querem espaço, protagonismo, para veicular as mensagens deles, que se baseiam na deturpação do Islão”, afirmou Arifo Amada, segundo o qual é preciso dar voz às correntes moderadas do Islão para que a paz seja possível. (Com Rádio Renascença)