Líbano, uma Igreja martirizada

O Líbano está mais uma vez debaixo de fogo, atingindo de forma muito dura a maior comunidade cristão do Médio Oriente. Os cristãos serão cerca 1,5 milhões entre uma população total de 4,4 milhões de habitantes, devendo ser tido também em conta que dos 16 milhões de libaneses na diáspora, 80% serão cristãos. Na década de oitenta, durante a guerra no Líbano, terão sido destruídas cerca de 300 aldeias cristãs. Agora, mais de 700 mil pessoas estão em fuga, para zonas mais seguras do país ou para a Síria, à medida que a situação se agrava. Nas últimas horas, os bairros cristãos de Beirute começaram a sofrer os efeitos dos bombardeamentos israelitas. Os mosteiros, casas religiosas e escolas cristãs no Líbano estão a abrir as suas portas para acolher os deslocados nacionais e estrangeiros que procuram segurança. O vigário apostólico dos Latinos, D. Paul Dahdadh, refere à agência missionária MISNA que, apesar de todos os esforços, “é cada vez mais difícil fazer chegar ajuda humanitária e auxílio às zonas do sul do país”, por causa dos bombardeamentos. “A população continua a sofrer e é necessária uma intervenção da comunidade internacional para acabar com esta guerra absurda e resolver a situação no Médio Oriente, que dura há meio século”, acrescenta. D. Béchara Raï, arcebispo maronita de Biblos, cidade bombardeada pelos israelitas, explica à Rádio Vaticano que esta é “uma guerra apocalíptica” que não respeito “nem o direito internacional nem o direito da soberania”. A Igreja maronita, de rito oriental, instalou-se nas montanhas do Líbano a partir do século VII e está em comunhão com Roma desde o século XII. Têm o seu próprio Patriarca, que utiliza no nome o do Apóstolo Pedro – actualmente o Cardeal Nasrallah Pedro Sfeir. Ao longo dos séculos tem resistido a vários ataques, estando ainda bem presente na memória a guerra de 17 anos que começou em Abril de 1975.

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