Líbano: presença cristã promove a paz

Os cristãos do Médio Oriente, e particularmente do Líbano, são uma força promotora da paz ao anunciar a mensagem de Cristo. O Pe. Samer Nassif, sacerdote libanês que trabalha para a secção francesa da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), escreveu uma mensagem pessoal para 2007 onde dá conta da importância da presença cristão nesta Região. “Mesmo sendo uma minoria perseguida, os cristãos do Médio Oriente têm a missão de ser a luz de Cristo, tanto para os judeus de Israel como para o vasto mundo muçulmano, multiétnico e multiconfessional que os rodeia”, pode ler-se. O Pe. Nassif estudou num seminário maronita em Beirute e actualmente faz parte da diáspora libanesa em França. No Líbano subsistem actualmente cinco comunidades cristãs, quatro comunidades ortodoxas e duas grandes comunidades muçulmanas, que têm procurado respeitar-se mutuamente. Os cristãos representam cerca de metade da população total do Líbano (3,5 milhões de habitantes), mas entre os libaneses na diáspora (estimada entre 12 e 15 milhões de pessoas) os cristãos serão mais de 60%. “Sem os cristãos, Cristo não estaria presente no Médio Oriente. E sem Cristo, Príncipe da Paz, a terra do nosso Redentor e da Virgem Maria nunca encontrará a paz”, aponta a missiva do sacerdote libanês. O Pe. Nassif recorda que os libaneses suportaram 22 anos de ocupação israelita e 30 anos de ocupação síria, referindo que “ambas foram a causa de uma destruição incomensurável, humana e materialmente”. “Quando o exército sírio abandonou o Líbano em Abril de 2005, fê-lo sem o menor desejo de desarmar o Hezbollah, sabendo que poderia sempre utilizá-lo para desestabilizar o país”, acusa. Neste contexto, considera, aconteceu a guerra do mês de Agosto. “O resultado foram 33 dias de guerra e horror saldados com 8 milhões de metros cúbicos de betão destruídos no Líbano, incluindo 79 pontes e outras infra-estruturas vitais; 1200 mortos, 4000 feridos e uma maré negra provocada por toneladas de óleo vertidas no Mediterrâneo”, lamenta. “O sul do Líbano, a terra visitada por nosso Senhor Jesus Cristo, está agora semeada com 120.000 minas anti-pessoais por detonar. Após reconstruir o país com enorme esforço e sacrifício, voltamos ao ponto de partida; mais uma vez, temos de começar do zero”, prossegue. Os maronitas, principal grupo cristão do Líbano, constituem uma comunidade distinta desde o século VII, quando o III Conselho de Constantinopla considerou como heresia a questão doutrinal em torno do monotelismo. No século XII os Maronitas voltam a estar em comunhão com a Santa Sé. Durante o século XIX ocorreram conflitos sangrentos entre os maronitas e os drusos muçulmanos pelo controle da região do Monte Líbano, que levariam a uma intervenção militar e à ocupação do Líbano e da Síria pela França a partir de 1920. Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre – info@fundacao-ais.pt

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Agência ECCLESIA

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