As pessoas estão “desesperadas e “sem esperança” visualizou Catarina Martins de Bettencourt
Lisboa, 08 Abr 2022 (Ecclesia) – A diretora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) em Portugal visitou Beirute (Líbano) e ficou impressionada ao ver “tantas famílias que já não conseguem dar de comer aos filhos”.
“O que mais me chocou foi o desespero das pessoas e ver tantas famílias que caíram na pobreza, tantas famílias que já não conseguem dar de comer aos seus filhos, sem a ajuda da Igreja ou de instituições de solidariedade”, disse Catarina Martins de Bettencourt num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Numa visita de quatro dias, a responsável do secretariado português da FAIS acentuou que “o país está como que completamente destruído, em colapso, é o falhanço do Estado nos seus pilares essenciais”.
As pessoas “não conseguem pagar as suas despesas”, diz Catarina Martins de Bettencourt, procurando fazer um retrato do Líbano, que atravessa, desde há dois anos, uma das “mais profundas crises da sua história com o colapso do sistema bancário, com uma inflação elevadíssima que reduziu quase a cinzas as poupanças das famílias”, lê-se.
O resultado, diz a responsável do secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre, “é brutal” e “as pessoas estão desesperadas, estão sem esperança”, acrescenta.
Durante a viagem, que levou a equipa da Fundação AIS não só à capital libanesa mas também ao Vale Sagrado, na zona noroeste do país, e a Deir Al-Qhmar, junto à fronteira com a Síria, “foi possível escutar os lamentos dos que passaram a precisar de ajuda para sobreviver no dia-a-dia”, refere a nota.
“Todas as pessoas com quem nos encontrámos deram-nos a visão de um país que colapsou”.
Uma das consequências “mais dramáticas da crise é a fuga das populações” porque “todos os dias saem pessoas do Líbano”, explica a diretora da Fundação AIS.
Em resultado desta visita, em que Catarina Martins de Bettencourt esteve acompanhada por diretores de outros secretariados nacionais, foi decidido reforçar o compromisso da Fundação AIS para com a igreja local no apoio às comunidades cristãs, nomeadamente nas áreas da saúde e educação mas também no apoio social para a distribuição de cabazes alimentares, medicamentos e outros bens de primeira necessidade que se tornaram proibitivos para a maioria da população.
“O Líbano vai precisar muito da nossa ajuda”, completa em Catarina Bettencourt.
LFS