Líbano: Bento XVI regressa ao Médio Oriente como «peregrino da paz»

Papa inicia viagem com preocupações religiosas e políticas num momento de tensão na região

Cidade do Vaticano, 14 set 2012 (Ecclesia) – Bento XVI iniciou hoje a sua primeira viagem ao Líbano, que vai decorrer até domingo, visita apresentada pelo Vaticano como uma missão de “paz e de fraternidade” para o país e, “mais do que nunca”, para o Médio Oriente.

O Papa deixou Roma a bordo de um A320 da companhia Alitalia, pelas 09h30 locais (menos uma em Lisboa) rumo ao aeroporto internacional “Rafiq Hariri” e cumpriu a tradição de enviar um telegrama ao presidente italiano, Giorgio Napolitano.

Bento XVI diz que parte como “peregrino de paz e de unidade”, destacando o momento da entrega da exortação apostólica pós-sinodal [documento conclusivo da assembleia especial do Sínodo realizada entre 10 e 24 de outubro de 2010, no Vaticano] como uma ajuda para os cristãos do Médio Oriente, que convida a serem “testemunhas de comunhão e de esperança”.

Esta visita ao “país dos cedros” vai ser a segunda de Bento XVI à região, depois da viagem que efetuou em maio de 2009 à Jordânia, Israel e Territórios Palestinos.

Segundo a Santa Sé, a deslocação papal vai “confirmar a necessidade desta vocação particular do Líbano, para o Oriente e para o Ocidente, insistindo no facto de que nada pode fazer renunciar aos valores humanos, históricos, morais e religiosos”.

A posição é assumida na apresentação do missal desta 24ª visita do Papa ao estrangeiro, na qual se alude às “vítimas da violência, da precariedade e das formas de desespero”.

“Num Médio Oriente tomado por dramáticas e sangrentas turbulências, o Sumo Pontífice chega ao Líbano, qualificado por ele próprio como um ‘tesouro’ por causa da sua ‘experiência de vida e de colaboração intercomunitária e intercultural’”, indica o texto, preparado pelo Departamento das Celebrações Litúrgicas de Bento XVI.

Na quarta-feira, o Papa enviou uma mensagem aos libaneses e rezou pela pacificação do Médio Oriente: “Peçamos a Deus que dê a esta região do mundo a paz tão desejada, no respeito pelas legítimas diferenças”. 

Bento XVI antecipou a viagem ao Líbano, referindo que vai encontrar “os numerosos componentes” da sociedade libanesa: responsáveis civis e eclesiásticos, fiéis católicos dos diversos ritos, outros cristãos, muçulmanos e drusos.

“A história do Médio Oriente mostra-nos o papel importante e muitas vezes fundamental desenvolvido pelas várias comunidades cristãs no diálogo inter-religioso e intercultural”, acrescentou.

Já no domingo, o Papa tinha lançado um apelo à paz no Médio Oriente, manifestando a sua preocupação perante as situações “muitas vezes dramáticas” vividas pelas populações de uma “região martirizada há demasiado tempo por conflitos incessantes”.

A viagem de Bento XVI vai incluir dois momentos (assinatura e entrega) ligados à promulgação da exortação apostólica pós-sinodal para o Médio Oriente.

Beirute, Harissa, Baabda, Bzommar, Bkerké e Charfet são as localidades que vão acolher o Papa e os seus encontros com responsáveis políticos, religiosos e a comunidade católica libanesa.

João Paulo II, falecido em 2005, visitou o Líbano em 1997.

O Líbano conta com cerca de 4 milhões de habitantes e 2,1 milhões de católicos, ou seja, 53,18 por cento da população.

OC

Notícia atualizada às 09h39

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