Bispo de Leiria – Fátima convidou a uma «conversão pastoral, que é, antes de mais, uma conversão das relações»
Leiria, 17 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo de Leiria – Fátima afirmou hoje na Missa Crismal que o caminho sinodal convida todos a “uma conversão pastoral” e lembrou que Jesus “age com as pessoas que não sabem tudo”, com as “frágeis e pecadoras”.
“É importante reconhecer que os discípulos não tinham compreendido — tal como nós também ainda não compreendemos plenamente. No caminho sinodal iniciado há quatro anos, a que o Papa Francisco chamou toda a Igreja, e no caminho de conversão pastoral que procuramos realizar na nossa diocese, há sempre um “hoje” que precisamos de renovar. Jesus age com pessoas que não sabem tudo, que não são perfeitas, mas com quem Ele conta para o serviço do Evangelho. Jesus conta com pessoas frágeis e pecadoras. Senta-se à mesa com elas, pois veio como médico para os doentes”, explicou D. José Ornelas, na celebração na Sé de Leiria – Fátima.
“Este é o novo modo de viver gerado pelo Evangelho: acolhimento, afecto, serviço”, acrescentou, na celebração co-celebrada pelo bispo emérito D. Serafim Ferreira e pelo cardeal D. António Marto.
O responsável pediu que este “estilo de vida” marque os discípulos, “especialmente os ministros ordenados”.
“No caminho sinodal, a conversão pastoral a que somos chamados é, antes de mais, uma conversão das relações. Relações novas, fundadas no baptismo que nos faz irmãos e irmãs, servos uns dos outros”, sublinhou.
D. José Ornelas lembrou que a celebração da Páscoa, “que Jesus desejou ardentemente celebrar”, envolve “a sua Igreja nesta diocese de Leiria-Fátima”: “Somos aqueles e aquelas que dão vida a esta Igreja, e também hoje, para nós, realiza-se este acto renovado da fé”.
O bispo de Leiria – Fátima afirmou que os ministros ordenados “não são donos” do pão que Jesus partilha na celebração da Eucaristia, mas são “voz” para que essa partilha continue.
“Somos voz emprestada por Jesus para que Ele continue a dizer: ‘Isto é o meu corpo’. Ao dizermos estas palavras, referimo-nos a Ele, mas também afirmamos a nossa disponibilidade para nos tornarmos pão partido pelos irmãos, na palavra, no gesto, no acolhimento. A conversão pastoral da nossa diocese deve brotar da vida eucarística, especialmente daqueles que presidem à Eucaristia, mas envolvendo toda a comunidade. Celebramos juntos, e é isso que hoje nos reúne”, sugeriu.
Referindo-se ao óleo, que foi benzido na missa crismal e vai servir, nas comunidades para a celebração dos sacramentos, D. José Ornelas falou ser o “óleo da alegria do Evangelho” e o óleo da esperança que desafia ao “serviço”.
“A sua eficácia não depende da nossa perfeição, mas a nossa atitude de acolhimento e fraternidade é essencial para que as pessoas compreendam a força da misericórdia”, indicou.
D. José Ornelas estendeu o “serviço” a todos: “Coro, os catequistas, os membros dos conselhos e todos os que, com os seus dons, fazem da Igreja um corpo vivo”.
E finalizou dando “graças” por “todos os que, nas nossas comunidades, continuam a derramar o óleo da alegria e da credibilidade do Evangelho, com a sua palavra, atitude e coragem”.
LS