D. José Ornelas assinalou que na tarde «silenciosa» de Sexta-feira Santa inclinam a cabeça «para reconhecer aquele que, com a sua vida, ensinou a viver»
Leira, 18 abr 2025 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Leiria-Fátima disse que quem segue Jesus tem de saber que “não é pelas armas que se resolvem os conflitos”, porque “a guerra só traz destruição”, na homilia da celebração da Paixão do Senhor.
“Não é pelas armas que se resolvem os conflitos. A guerra só traz destruição. Sofrem os soldados, sofrem sobretudo os mais pobres, os inocentes, as crianças, gente que não quis esta guerra e que se torna vítima dela”, disse D. José Ornelas, na homilia enviada àa Agência ECCLESIA.
Na Sé diocesana, em Leira, o bispo acrescentou que “a violência não existe só entre nações”, salientando que também não se resolve “com violência aquilo que acontece nas casas”.
“É dramático que, no lugar onde devia haver carinho, respeito, atenção, cuidado, seja onde se vive a violência mais dramática: a violência doméstica, o abuso de menores, e tudo o mais que surge quando o amor desaparece.”
Na celebração da Paixão do Senhor, de Sexta-feira Santa, D. José Ornelas explicou o “silêncio” que “não quer dizer simplesmente que seja um tom menor” aquilo que estavam a fazer e a celebrar.
“O silêncio significa que aquilo que celebrámos hoje, e que acabámos de escutar na Escritura, só se pode entender quando paramos — e fazemos parar também os nossos processos mentais — para deixar espaço a outros pensamentos, a outros projetos, a outras maneiras de pensar e de avaliar, que possam encontrar lugar no nosso coração e na nossa vida”, desenvolveu.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima observou que o “homem crucificado é o Filho de Deus”, o que quer dizer que “a cruz não é o fim, é o começo de algo novo”.
“Não é a derrota. É a vitória. Porque a morte foi vencida pelo amor. E o amor é mais forte do que a morte”, salientou.
“Por isso hoje, nesta tarde silenciosa, inclinamos a cabeça. Não para chorar um morto. Mas para reconhecer aquele que, com a sua vida, nos ensinou a viver. E que, com a sua morte, nos abriu as portas da vida eterna”, concluiu D. José Ornelas, na Sé.
CB