D. António Marto desafiou comunidades católicas a criar «clima de fraternidade»
Leiria, 21 jan 2018 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima presidiu hoje a uma Missa de ação de graças pelo centenário da restauração da diocese, considerando este aniversário como “ocasião para aprofundar o sentido de identificação e pertença” à comunidade católica.
D. António Marto convidou todos a reconhecer “a riqueza dos seus carismas e ministérios”, dando-lhes um espaço próprio.
“É uma urgência que supõe criar um clima de fraternidade nas nossas comunidades que primem pela atenção e estima recíprocas e onde cada um é apoio de todos e todos de cada um”, sublinhou, na homilia da Eucaristia a que presidiu na Sé de Leiria.
A Diocese de Leiria foi restaurada a 17 de janeiro de 1918, depois de ter sido extinta em 1882 por motivos políticos.
Nesta celebração de “festa”, D. António Marto convidou as comunidades de Leiria-Fátima a “um novo ardor missionário”, para que a Igreja esteja “próxima de cada pessoa, a começar por quem é pobre, sofre e é marginalizado, de modo a fazer sentir a todos o olhar compassivo e misericordioso de Jesus”.
A intervenção alertou depois para a cultura da indiferença e da exclusão que ameaça a sociedade.
A Missa foi concelebrada por D. Serafim Ferreira e Silva, bispo emérito de Leiria-Fátima, pelo núncio apostólico, representante diplomático do Papa, e bispos de outras dioceses; estiveram presentes autoridades civis, militares, académicas e representantes de outras instituições
D. António Marto apresentou a Igreja como “obra de Deus”, que não nasce “em laboratório, por iniciativa meramente humana”.
“Ser Igreja é sentir-se nas mãos de Deus que é Pai, nos ama, nos acarinha, nos acompanha e nos faz sentir a sua ternura de Pai”, acrescentou.
O bispo prestou homenagem, como “dever de gratidão”, a todos os que transmitiram a fé nesta diocese às gerações seguintes, pais e avós, catequistas, sacerdotes, bispos, religiosos/as, amigos e santos, particularmente Francisco e Jacinta Marto.
“Esta é a Igreja, uma grande família onde somos acolhidos e aprendemos a viver como discípulos de Jesus”, defendeu.
A Bula da Restauração do Bispado de Leiria, ‘Quo vehementius’, foi assinada pelo Papa Bento XV.
“Minha querida e muita amada Diocese de Leiria-Fátima: canta e caminha com a força do Espírito Santo; canta e caminha com a alegria do evangelho no coração; canta e caminha sob a proteção dos teus santos padroeiros, Santo Agostinho e Nossa Senhora de Fátima, Mãe de ternura e de misericórdia”, concluiu D. António Marto.
No final da Missa, o bispo entregou um convite entregue a cada paróquia, acompanhado por uma bandeira, para a “grande Festa da Fé” que vai decorrer de 15 a 17 de junho, em Leiria; o convite foi igualmente feito às congregações religiosas e movimentos eclesiais do território diocesano.
“Parabéns a todos, que o Senhor vos abençoe”, disse D. António Marto, antes da bênção.
A Diocese de Leiria foi criada pelo Papa Paulo II, a pedido do rei D. João III, a 22 de maio de 1545.
A 13 de maio de 1984, por decreto da Santa Sé, recebeu a atual denominação de ‘Diocese de Leiria-Fátima’.
OC