Leiria-Fátima: Diocese vai dedicar biénio aos jovens, que vivem numa «cultura da indecisão»

D. António Marto alerta para «grande supermercado mundial» que dificulta descoberta da vocação

Leiria, 04 set 2018 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima explicou que a diocese vai dedicar os próximos dois anos pastorais à pastoral juvenil, assumindo a temática “jovens, fé e vocação”, numa atenção a uma “geração nova” que vive dentro da “cultura da indecisão”.

“Vivemos num mundo que se assemelha a um grande supermercado mundial onde estão expostos os mais diversos modelos e projetos de vida, cada qual na melhor embalagem para atrair clientes”, afirmou o cardeal D. António Marto À Agência ECCLESIA.

O responsável salientou que a “geração nova” tem dificuldade em “orientar-se, em descobrir e discernir” a sua vocação dentro do que se chama a “cultura da indecisão”, num “adiar sempre, adiar, adiar”, até terem de tomar a decisão.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima explicou que a atenção à pastoral juvenil a partir deste mês, e durante o próximo biénio, era algo que “já estava programado desde há sete anos” e vai assumir como temática o tema do Sínodo dos Bispos 2018: ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocação’.

“Serão dois anos dedicados a esta temática com o lema ‘quem és tu Senhor’, a partir da experiência de São Paulo, de quem anda à busca e encontra Cristo e descobre a identidade de Jesus, a identidade da sua fé, a identidade da sua vocação, da sua missão, da alegria do Evangelho”, desenvolveu.

Neste contexto, adianta que existem três “grandes objetivos” que começam por “levar os jovens à descoberta da sua fé em Cristo, do “encontro vivo com o Senhor ressuscitado”, e tirar o aspeto de muitas vezes “reduzir a fé a um conjunto de normas, de preceitos, ritos e rituais”.

O segundo objetivo é conseguir uma “maior integração” dos jovens na vida da comunidade cristã e que tenham “o seu protagonismo próprio”, isto é, que não sejam “apenas meros sujeitos destinatários das ações”, e por fim, que sintam a “vocação e missão do ser cristão e ser Igreja”.

D. António Marto disse ainda esperar que o programa pastoral seja apresentado na próxima assembleia diocesana, no dia 8 de outubro.

Segundo o cardeal, o programa foi construído por uma equipa de responsáveis de várias áreas da pastoral – juvenil, vocacional, catequética e familiar – uma vez que tem de ser uma “pastoral integrada de todos estes aspetos da comunidade cristã”.

Um trabalho que tem de ser realizado “não só em cada comunidade” mas também em “conjugação e coordenação” com os vários movimentos juvenis, movimentos eclesiais e grupos de associações de fiéis, referiu o cardeal português.

CB/OC

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