Leiria-Fátima: Diocese vai apostar na formação de diáconos permanentes

Primeiros candidatos deverão ser apresentados até à Páscoa

Leiria, 26 jan 2017 (Ecclesia) – A Diocese de Leiria-Fátima vai avançar com a preparação e formação de diáconos permanentes, sendo que os primeiros candidatos deverão ser ordenados a partir do final de 2020.

Em entrevista ao jornal ‘Presente’, o diretor do serviço diocesano para o Diaconado Permanente revelou que “o plano de formação está praticamente concluído” e que “até à Páscoa serão indicados os primeiros candidatos a este ministério”.

De acordo com o padre Pedro Viva, “há ainda muito trabalho de sensibilização” a fazer, “dúvidas a esclarecer e mentalidades a abrir” para que esta proposta de serviço na Igreja Católica possa ser bem acolhida, não só pelas comunidades cristãs mas pelos próprios sacerdotes.

“Poderão existir alguns receios, porque naturalmente terá de haver entre os sacerdotes e os diáconos permanentes a partilha de responsabilidades e missões. Mas estou certo de que os padres da Diocese desejam, e assim o expressaram, a existência de diáconos permanentes para a nossa diocese e veem nisso um facto muito positivo”, realçou o padre José Viva.

Restaurado pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), o ministério do diácono permanente envolve alguém especialmente destinado na Igreja Católica às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas, bem como assistir o bispo e o padre nas missas, administrar o Batismo, presidir a casamentos e exéquias, entre outras funções.

O padre José Viva não olha para a instituição da figura do diácono permanente como uma “forma de compensar a falta de vocações sacerdotais”.

“Estas continuarão a ser uma necessidade e temos de refletir sobre a razão de termos hoje tão poucas ordenações. Agora a existência da vocação diaconal vem trazer à Diocese, para além da variedade e riqueza de ministérios, uma maior consciência da sua missão para servir as pessoas, sobretudo os mais frágeis”, sustentou.

Ao contrário do que acontece com os candidatos ao sacerdócio, em que o diaconado (que quer dizer serviço) é exercido de forma limitada no tempo e só é concedido a homens solteiros, no caso dos candidatos ao diaconado permanente esta é uma missão para toda a vida, a que podem aceder homens casados com mais de 35 anos.

Segundo o padre José Viva, os requisitos mais importantes para um diácono permanente são “uma fé íntegra, uma genuína vontade de servir o Povo de Deus, uma fidelidade ao bispo e a capacidade de diálogo com os outros ministros ordenados”.

“Sendo uma vocação pessoal, a Igreja terá sempre uma palavra a dizer no discernimento e na aceitação dos candidatos ao diaconado”, sublinhou aquele responsável, acrescentando que “ao pároco e à comunidade paroquial cabe um papel de identificação e de pronunciamento sobre os candidatos, antes da sua apresentação ao bispo diocesano”.

“Já recebemos de duas paróquias a indicação de três candidatos. Esperamos que, até à Páscoa, nos possam chegar a indicação de mais candidatos, que serão selecionados segundo as normas já aprovadas pela Diocese”, concluiu o diretor do serviço para o Diaconado Permanente da Diocese de Leiria-Fátima.

A instituição do diácono permanente na referida diocese foi feita através de decreto pelo bispo, D. António Marto, a 13 de julho de 2016.

No documento, o prelado apelava “à oração de toda a diocese para esta iniciativa, ao aprofundamento da teologia deste ministério ordenado e à promoção de uma oportuna catequese aos fiéis sobre a vocação dos diáconos”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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