Assembleia diocesana marcou início do Ano Pastoral 2024/2025, dedicado ao tema «Enriquecer a Igreja com o compromisso batismal»
Leiria, 30 set 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Leiria-Fátima criou este sábado a Unidade Pastoral (UP) de Ourém e de Marrazes, no dia em que se realizou a Assembleia Diocesana de início de Ano Pastoral.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o bispo de Leiria-Fátima afirmou que a criação de outras unidades pastorais está em “fermentação” e que vai acontecer ao longo do ano.
A UP de Ourém engloba as paróquias de Alburitel, Nossa Senhora das Misericórdias, Nossa Senhora da Piedade e Seiça, e vai ser coordenada pelo padre Jorge Manuel Faria Guarda e pelos Missionários do Verbo Divino Joaquim Domingos Luís e Nicodemus Moruk.
A UP de Marrazes abrange as paróquias de Marrazes, Azoia, Barosa e Parceiros, e vai ser liderada por uma equipa presbiteral composta pelos padres Bertolino Vieira, José Martins Alves e Vítor José Mira de Jesus.
A transformação pastoral da Diocese de Leiria-Fátima prevê a reorganização das 73 paróquias do território em 17 UP e sete vigararias, inspirada na “conversão pastoral” promovida pelo Papa Francisco, visando responder aos tempos atuais “de profunda transformação social, espiritual e cultural”.
“Se não houver uma mudança de cultura e uma mudança de mentalidade, de mente e de coração, não mudam significativamente as coisas. O que vai mudar é quando a gente sentir mesmo que esta é a minha paróquia, que esta é a minha comunidade, que esta é a minha igreja”, referiu D. José Ornelas, acrescentando que têm de ser criados novos modos de organização para que isso seja possível.
“Temos uma Igreja que está a crescer também, não é só o país que está a beneficiar da chegada de imigrantes, também a Igreja, a fisionomia das nossas comunidades está a mudar. E nós temos de acolher essas pessoas, elas têm de se sentir em casa dentro desta Igreja”, destacou.
Perante esta transformação, o padre Manuel Silva, pároco do Arrabal, da Diocese de Leiria-Fátima, dá conta que diocese está entusiasmada com o modelo, mas nem por isso deixam de existir “medos” e “receios”.
O sacerdote olha para esta renovação “com muita esperança”, assinalando que a nova “divisão territorial que acompanha uma transformação e uma renovação pastoral é muito oportuna”.
“Era necessário. Nós sentíamos a necessidade de caminhar neste sentido. E, por isso, é com grande expectativa que estamos hoje a iniciar este caminho. Já houve muita reflexão. Agora chegou a hora de pôr em prática, de avançarmos para a prática”, afirmou.
Sandrina Duarte, da paróquia de Souto da Carpalhosa, fala que a transformação já se vai sentido e marca pela positiva, realçando que é importante “dar oportunidade a todos” e que todos são precisos, cada um num sítio diferente, num momento diferente.
“Todos somos importantes. Somos todos chamados a viver em comunidade. […] Se somos batizados, temos esse compromisso de o fazer. Portanto, é preciso, às vezes, é descobrir o talento de cada um”, indicou.
O dia ficou marcado pela assembleia diocesana que deu início ao Ano Pastoral 2024/2025, que tem como tema “Enriquecer a Igreja com o compromisso batismal”, com o objetivo de refletir sobre a missão de todo o batizado na Igreja e no Mundo, com especial enfoque na organização da vida das comunidades e nos serviços e ministérios eclesiais. O bispo de Leiria-Fátima esclarece que “a ideia não é voltar simplesmente atrás e recordar o batismo”, apesar de ser uma dimensão importante, mas sobretudo encará-lo como um ponto de partida para a “inserção, participação e partilha dentro da Igreja”. “O problema é que nós esquecemos que antes de sermos bispos, ou padres, ou papa, os papéis que executamos e os serviços que realizamos na Igreja, somos batizados. E isso é que é a função fundamental, todos somos batizados”, enfatizou. Durante a manhã, o padre Eduardo Caseiro falou sobre o tema do ano pastoral, a que se seguiram oficinas temáticas, dividas por ministérios (Acólito, Catequista, Leitor, Diaconado Permanente, Presidência dominical na ausência de Presbítero e Exéquias). João Duque, catequista na Diocese de Leiria-Fátima, esteve presente no grupo de trabalho dos ministério dos catequistas, referindo que entre os aspetos abordados esteve a importância de chamar para a vocação novos catequistas. Sandrina Duarte foi a secretária do grupo de trabalho do ministério do leitor e destaca que uma das ideias presentes foi a necessidade de vocações, de “ir à procura de outros, bater a todas as portas para que haja uma renovação de pessoas e de carismas”. Durante a tarde, teve lugar um plenário, aberto à participação de todos, na Sé, em que foram apresentadas as sínteses dos trabalhos de grupo e uma Missa na Sé evocativa dos 450 anos da sua dedicação. |
LJ/PR