Leiria-Fátima: Bispo espera que Ano Santo 2025 seja oportunidade de «revivificar o batismo» e aprofundar a Igreja sinodal e missionária

Este «deve ser um ano de transformação da nossa Igreja», afirmou D. José Ornelas, na homilia de abertura do Jubileu na diocese

Leiria, 30 dez 2024 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima afirmou, este domingo, na abertura do Ano Santo 2025, na Sé, que espera que o Jubileu seja uma oportunidade para “revivificar o batismo” e aprofundar a Igreja sinodal e missionária.

“Também na nossa diocese é necessário que este Ano Santo seja realmente o acolher da graça do batismo, o aprofundamento da Igreja sinodal, o aprofundamento da Igreja missionária, para que possamos responder, antes de mais, a este nosso contexto onde nós vivemos, e levar o evangelho aos nossos jovens, àqueles que chegam de fora, àqueles que estão esquecidos da sua vida batismal”, disse D. José Ornelas, na homilia disponível no site da Diocese de Leiria-Fátima.

Segundo o bispo diocesano, este “deve ser um ano de transformação” da Igreja, aludindo à transformação pastoral na diocese, que propõe a reorganização das 73 paróquias do território em 17 Unidades Pastorais e sete vigararias.

“As unidades pastorais são as paróquias a viver em conjunto, não são os padres a colaborarem uns com os outros, em união com o bispo”, destacou, acrescentando que, “hoje, quem não vive em rede, isola-se”.

No início da homilia, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) começou por contextualizar o que é o Ano Santo 2025, centrado na temática da esperança, que se iniciou este domingo, em todas as catedrais, conforme estipulado pelo Papa Francisco.

Foto: Diocese de Leiria-Fátima

D. José Ornelas explicou que inicialmente que o Jubileu, que assinala o aniversário da encarnação de Jesus, era normalmente celebrado de 100 em 100 anos, no entanto como muita gente não chega a esta idade e era necessário que cada geração tivesse noção onde começou história que deu origem à Igreja, a frequência da celebração foi alterada.

“De 25 em 25 anos celebrámos de uma forma especial o nascimento de Jesus como um marco na história, que marca o antes e o depois, para que cada geração possa tomar conta e interiorizar e deixar-se renovar por aquilo que foi a vinda de Jesus ao mundo”, indicou.

D. José Ornelas salientou que Deus não ficou fechado em si mesmo, na sua grandeza e na sua santidade: “misturou-se connosco, veio para o meio de nós, em tudo igual a nós, exceto no pecado na pessoa de Jesus, o seu Filho”.

A Igreja Católica celebrou no domingo a festa da Sagrada Família de Nazaré, a que o bispo de Leiria-Fátima fez referência.

“E é por isso que estamos a celebrar o dia da Sagrada Família, para que, para fazer caminho connosco e trazer-nos Ele que era o Filho de Deus, nasceu o Filho de uma mulher como ser humano, mas vem trazer-nos o dom de sermos filhos e filhas do Pai do Céu”, realçou.

Na homilia, o bispo diocesano sublinhou que a Igreja depende que cada um: “o bispo na sua função, o padre na sua função, os religiosos e religiosas na sua consagração, os pais e as mães que são os grandes obreiros da Igreja”.

Fazendo referência à palavra “peregrinação”, D. José Ornelas aludiu à peregrinação da diocese naquele dia, que começou na Igreja de São Francisco, com a leitura do primeiro número da Bula jubilar, e seguiu depois para a Igreja-mãe numa procissão com a réplica da Cruz das Jornada Mundial da Juventude, carregada por jovens.

Quando a procissão chegou à Sé, a entrada ficou marcada pela colocação da cruz à porta da Catedral, lembrando que este Ano Santo é uma oportunidade para atravessar a “porta da salvação” e renovar o compromisso de vida cristã.

“É este correr, ir ao encontro, que caracteriza o Ano Santo, é sairmos de nós próprios. O simples sair ao domingo para vir à missa e encontrar a comunidade, escutar a Palavra de Deus juntos, porque isto nos faz juntos, nos faz estar juntos e que faz ser igreja”, ressaltou.

O bispo de Leiria-Fátima sublinhou que a “Igreja tem de estar constantemente em transformação, porque tem de responder em cada cultura”.

“Quando saiu da Palestina e chegou à Europa e ao norte da África, foi uma Igreja que se foi transformando constantemente para falar línguas novas, para assistir a culturas novas, para exprimir-se e viver a sua fé em cada contexto e em cada lugar”, referiu.

Segundo D. José Ornelas, a Igreja tem de estar “constantemente em peregrinação”.

O presidente da CEP falou ainda do Sínodo dos Bispos, reforçando a necessidade de aprofundar o sentido de comunidade e corresponsabilidade.

LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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