Leiria-Fátima: Bispo destaca Quaresma como caminho de conversão e esperança

D. José Ornelas salientou, na homilia da Quarta-Feira de Cinzas, a importância da sinodalidade

Leiria, 06 mar 2025 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima destacou a Quaresma como tempo de conversão e esperança, na celebração de Quarta-Feira de Cinzas, a que presidiu no Santuário de Nossa Senhora da Encarnação.

“Este caminho que nós iniciamos hoje, o caminho da Quaresma, é um caminho de conversão”, começou por dizer D. José Ornelas, na homilia disponibilizada pela Diocese de Leiria-Fátima, indicando mais à frente que esta nasce dos 40 dias do povo a caminhar no deserto, que se manteve pelo sonho, pelo futuro e a esperança.

O bispo diocesano referiu que o caminho de Deus não é simplesmente um cortar de asas para aquilo que parece mais interessante agora, usando o exemplo do vício da droga que pode parecer “aliciante”, mas quanto mais “esse interesse se desenvolve” mais se aproxima, de facto, “da negação de tudo” e “até da negação da vida”.

Na celebração, D. José Ornelas refletiu sobre a forma de criar ligações num mundo digitalizado, referindo que hoje muitos vivem isolados no computador ou no telemóvel, no entanto a verdadeira caminhada faz-se em conjunto.

“É esse o caminho também da Igreja que nós estamos a fazer e o Papa liga isso precisamente com o caminho sinodal em que estamos a viver. Sinodal quer dizer caminhar juntos”, indicou.

Sobre a penitência, D. José Ornelas afirmou que esta não é um sofrimento imposto por Deus para ganhar mérito, sublinhando que Jesus nunca agiu assim e que veio aliviar as dores, trazer esperança, dar alegria.

“A penitência para Jesus é uma penitência sim de esforço, mas é um esforço que não é a dor que nos salva. O que nos salva é o amor”, realçou.

Foto: Diocese de Leiria-Fátima

D. José Ornelas evocou aqueles que, num mundo em guerra e miséria, lutam por um futuro melhor e que é esse o caminho a que a Quaresma convida.

A celebração contou com o rito da imposição das cinzas, com cada pessoa a avançar para receber o pó.

“Ao recebermos hoje as cinzas, reconhecemos que, sem Deus, somos apenas pó. Mas é também a consciência de que, para Ele, esse ‘pó’ é precioso”, disse o bispo.

A Quaresma é um período de 40 dias (a contagem exclui os domingos) marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (20 de abril, em 2025).

LJ/OC

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