Leigos precisam de voz conjunta

XIII Jornadas do Apostolado dos Leigos querem reforçar compromisso laical e apontar caminhos de mudança Que mudanças ocorreram na sociedade e de que forma podem e devem os leigos posicionar-se perante elas? Que desafio é lançado aos leigos portugueses para se tornarem, sem perderem a diversidade das respostas dos movimentos laicais, uma voz cristã na sociedade? Estas questões orientaram a XIII Jornadas do Apostolado dos Leigos, que em torno do tema «Os leigos no mundo e na cultura contemporânea – Desafios, discernimento e compromisso» juntaram em Fátima, 35 movimentos, num total de 103 pessoas. As Jornadas do Apostolado dos Leigos, numa organização do Conselho Nacional de Movimentos e Obras, da qual fazem parte muitos grupos laicais, têm por objectivo ser um espaço de reflexão conjunta de forma a reforçar o compromisso que o leigo deve ter na sociedade. Este encontro “visa a comunhão entre os movimentos”, explica à Agência ECCLESIA Olga Oswald, Presidente da Conselho Nacional de Movimentos e Obras. Este ano decorrente de uma reflexão nos últimos anos, mas tendo em conta também a alocução que o Papa partilhou com os Bispos portugueses, chamando a atenção de todos para “um novo rumo a dar”, o CNMO decidiu perceber os desafios e de modo especial, que “papel devem os leigos ter nesta realidade”. A realidade apresenta uma diversidade imensa de resposta laicais. Cada movimento apresenta uma diferença. “Justamente porque somos diversos podemos chegar a mais lugares e dar diferentes respostas”, assume Olga Oswald. Por isso mesmo, não se pede uma voz igual, mas um olha “conjunto para os desafios”. O CNMO quer “prever uma melhor forma de trabalhar em conjunto, sem que os movimentos percam a identidade que é essencial”. A Presidente deste Conselho explica que “os movimento fazem muito mas isoladamente “e se calhar um pouco escondido”. Os fundamentos base dos cristãos poderão ser aprofundados para que, quando desafiados pela sociedade, os cristãos “possam responder em conjunto”. A consciência de que “primeiro somos cristãos”, foi sublinhada pelo Pe. Luís Archer, presente no encontro para reflectir sobre a relação religião e ciência no contexto actual. “Depois de uma escolha pessoal e sincera, que pressupõe um viver de acordo com, somos desafiados constantemente”, relembrou Olga Oswald. Essa é a missão do cristão, pois o leigo “é do mundo e foi feito para o mundo” e é nesse contexto que “devemos dar razões da nossa fé”. A diversidade dos movimentos não exclui o dinamismo conjunto a dar à Igreja. É desejo do CNMO tornar cada participante mais atento ao mundo que o rodeia e ao mesmo tempo chamá-lo ao compromisso com o mundo e com Deus, dando resposta no movimento a que pertence. “Estamos juntos, não isoladamente”, sublinha Olga Oswald. A vocação de “povo de Deus dota de uma missão conjunta”, aponta. Esta missão pressupõe “quem já faz parte, mas também os que ainda estão a caminho” do compromisso e do envolvimento. “Os leigos precisam de comunhão”, sustenta a Presidente do CNMO. Foi justamente esta dimensão conjunta de responsabilidade que as Jornadas quiseram passar. Porque não se mede o compromisso dos participantes que, à partida, estão comprometidos em igreja, Olga Oswald lembra que “agora cada um pode ser um ponto de partida para que outros se tornem mais conscientes”. Enquanto plataforma conjunta de missão laical, o CNMO recebeu também interpelações sobre o seu trabalho. Está em curso o renovamento de estatutos do CNMO. Até agora este organismo tem trabalho enquanto espaço de comunhão. No futuro esta identidade quer ser preservada, “mas com uma acção mais concreta”. Olga Oswald aponta que a reflexão está ainda em curso, apesar de “sentirmos a necessidade de mudança, dando mais respostas”. Esta resposta pode ser em forma de “Conferência de movimentos”, aponta, ainda sem dar respostas concretas. Vasco Varela, responsável nacional das Equipas de Nossa Senhora, presente no encontro valoriza estes momentos “pelo reforço que presta ao meu compromisso”. A gratuidade e o “voluntariado em prol de outros” é sublinhado por este responsável, que nas Jornadas do apostolado dos Leigos, encontra “outros tantos que lutam pelo mesmo”, ganhando uma consciência que “não estamos sozinhos”. Vasco Varela acredita que é fundamental os leigos terem uma voz mais forte. No entanto reconhece que esse trabalho já existe e é muito presente, “talvez alguns não estejam interessados em ouvi-lo”, aponta. De qualquer forma o responsável nacional pelas Equipas de Nossa Senhora aponta que “quem trabalha por convicção não esmorece, mesmo quando o trabalho não é conhecido”.

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