A União Franciscana Missionária envia no próximo dia 27 de Julho seis jovens para Moçambique, onde vão permanecer um mês em missão. Em meados de Novembro, outros dois voluntários, que estão em preparação, vão também para a Guiné-Bissau. A União Missionária Franciscana encontra-se em Portugal desde 1922. É uma associação de freis que tem como finalidade principal ajudar os cristãos a descobrir e realizar a sua vocação missionária, levando-os a viver em comunhão com os povos mais carenciados, particularmente com os que vivem nos chamados países de missão. Os missionários que se preparam para rumar a Moçambique partilham com a Agência ECCLESIA algumas as questões que estão presentes, dentro deles, neste momento: “A questão Que esperam encontrar em Missão? será sempre uma interrogação com uma resposta consideravelmente abstracta, considerando que nenhum de nós pisou o solo moçambicano. Igualmente estereotipada poderá ser a nossa retorsão, se atendermos às tipificadas imagens que os media fornecem regularmente. Talvez uma visão mais realista se prenda com os testemunhos que até hoje ouvimos de gente que fora para missão – seja por um mês, doze ou vários mais. São esses depoimentos que nos conferem uma visão mais concreta daquilo que cremos encontrar. E que resposta será essa? Basicamente aguardamos descobrir uma cultura distinta da nossa, a diferentes níveis – alguns deles impossíveis hoje de descortinar – e um povo que, além das diferenças – e também das igualdades –, luta pelo mesmo objectivo que nós: uma vida que seja pautada pela felicidade. As inúmeras questões como a malária, a habitação, a alimentação e os hábitos culturais acabam por se perder na configuração mais básica que existe na natureza humana, a nossa essência. Outra questão: O que vamos fazer em Missão? Será inicialmente, em terras lusas, mais fácil de responder, objectando que vamos tentar ajudar em alguns pormenores muito específicos que se prendem com a educação das crianças de – ou do – Chimoio. As dificuldades sentidas foram os próprios professores, conscientes delas, que nos transmitiram. Preparámos materiais e esforços para auxiliar a colmatar essas deficiências. No entanto, salvaguardamos que, por meio da abstracção/choque que nos espera inicialmente, tentamos levar uma postura igualmente flexível e, o mais possível, preparada para nos defrontarmos com outras situações ou alterações das mesmas. Em forma de premonição, esperamos ingressar numa viagem, que transcende a nossa simples vontade em largar momentaneamente a nossa vida cá, para ir viver outra realidade, que não sabemos até que ponto será tão diferente da nossa”.