Helena Nogueira, Paróquia de Travassô
Importância da Missão Jubilar para mim…
Fui convidada pelo Pároco de Travassô para ser coordenadora na Missão Jubilar e depois de pensar um pouco não hesitei no meu “sim”, ainda sem perceber a envergadura do projeto que era a Missão Jubilar e da forma como me ia envolver, apesar de ter consciência de que era mais um desafio que exigia muita responsabilidade, neste caminho da Vida.
Foi durante as várias ações de formação que senti então, a grandeza desta “Missão” e receei desde logo, não estar à altura de corresponder ao que me era pedido e defraudar quem em mim confiou. Porém, saber que não estaria sozinha neste “barco ao sabor de todas as marés” e com rota já bem definida foi motivo para dar “este salto no escuro”, com a certeza de que nas trevas das contrariedades, teria Cristo como farol e bússola a nortear meu caminho.
Estou já consciente da “ponte” que tenho que ser e fazer, sempre que receber a “mensagem mensal de cada ação”, de forma a saber transmitir aos outros, com gestos e atitudes e de forma clara e simples, para que na prática todos se sintam à vontade e com vontade de concretizar o que nos é pedido durante um ano.
Este desafio é mais um que aceitei como que um “chamamento” que implica naturalmente contrariedades, que espero vir a enfrentar como lenitivo a outras preocupações e que servirão para me fortalecer ainda mais, na motivação e entusiasmo para levar até ao fim a missão que me foi confiada.
Não é fácil hoje ser cristão empenhado e ao mesmo tempo ter uma profissão e vida própria ( filha; esposa; mãe; dona de casa) e gerir o tempo do quotidiano, numa rotina para a qual nem sempre temos tempo… num tempo em que o tempo é tão importante.
Apesar disso eu encontro tempo e espaço para viver a minha Fé, doando-me e dando de mim aos outros, uma vez o “serviço” em Igreja é para mim um desafio diário, que aumentou agora nesta Missão da Igreja Diocesana, que encaro como dádiva de Deus, pois para mim.. são como que “vitaminas” para recuperar forças para o caminho.
Senti-me “chamada e enviada” quando o Bispo D. António Francisco me acolheu, no dia da abertura da Missão Jubilar, sorrindo e me disse baixinho… “coragem, enquanto segurava com vigor minhas mãos, minhas mãos trémulas onde depois depositou um pedaço de madeira do “barco” que somos todos nós.
Ai sim, meu coração bateu mais forte e o “peso esmagador da responsabilidade” que assumi como interveniente nesta Missão, devolveu-me uma realidade… nem tudo vai ser fácil! Senti-me pequenina e frágil com receio de não corresponder ao enorme desafio que aceitei, mas estou convicta de que não vacilarei no propósito de tentar superar cada obstáculo que naturalmente surgir, porque os remos do barco não são exclusivamente meus… há muita gente a “remar” comigo e com tudo o que isso implica.
A nível paroquial, corro sempre o risco de ser criticada e não agradar a todos, mas isso significa que notaram o meu trabalho, que tentarei desempenhar com humildade e sem querer protagonismo, sempre com a intenção de dar o meu melhor.
Se assim for é sinal de que incomodei, de que sentiram minha presença e se me “apontarem o dedo questionando porquê ela(?!)” não me irei preocupar, pois o que me interpela sempre nas decisões que tomo… é “o para quê eu?”.
Na Paróquia esta Missão é um estreitar de relações pessoais
A nível paroquial receei não ter capacidade de contagiar as pessoas pois junto dos que nos conhecem parece que nos sentimos mais limitados e impotentes, apesar de sentir um alento revigorado, sempre que partilhamos as dificuldades com os que comigo estão já a fazer caminho paralelo, como “rostos” desta Missão Jubilar.
A “preparação do terreno” feita em várias Eucaristias pelo nosso Pároco deixou-me esperançada de que esta sensibilização teria os seus frutos na hora certa. O repto aos cristãos foi lançado e naturalmente surgiram os “Mensageiros” quase de forma voluntária, para juntos formarmos uma equipa empenhada, para concretizar esta Missão com a dignidade que nos merece.
Os grupos estão divididos por zonas e é com alegria que vejo estes cristãos motivados em “anunciar” de porta em porta, esta primeira ação mensal.
Esta é a forma de passar uma imagem mais positiva da Igreja que somos, ganhando maior visibilidade, porque pessoas que quase desconhecemos e que não estão despertas para na Fé, vão sentir-se alvo de uma atenção especial durante esta Missão. Esta proximidade ao longo de 14 meses decerto não deixará estas pessoas iguais e confio que, muito naturalmente surgirá um estreitar de relações pessoais e sairá revigorada a confiança para com a paróquia e suas atividades.
Na Diocese…
… esta Missão Jubilar vai criar impacto e de certa forma incomodar os que vivem na indiferença, uma vez que vão sentir-se interpelados ao longo das comemorações do ano jubilar, já que Igreja formada por pessoas normais e limitadas, estará no “terreno” com muitas atividades concretas e com as realidades concretas das paróquias que lhe dão vida.
A congregação de muita gente, que sendo igual é diferente, vai despertar a “curiosidade” dos que vivem acomodados e que desta forma, podem vir a ser “repescados na rede” deste Barco em Missão, cujos timoneiros têm que estar muito atentos aos que por ventura possam “andar perdidos neste mar”, que é o mundo de hoje e que ambicionamos (re)construir com oferta concreta da busca da felicidade que Deus projetou para nós.
Para mim é gratificante saber que, neste ambicioso projeto, estão envolvidas pessoas de todas as paróquias, de todas as idades e com diferente cultura e formação, unidas por um objetivo comum, que passa por mostrar que não nos envergonhamos de ser Cristãos e que queremos anunciar, a imagem de alegria e coesão de uma Igreja em mudança, que deve espelhar a autenticidade do nosso testemunho.
Posso afirmar que eu e muitos outros, nos sentimos agora “pedaços do barco desta missão”, que só pode ancorar com segurança, se remarmos em sintonia e empenhados em querer ser “rostos de esperança”, num mundo mais acolhedor para que possamos dizer… “missão cumprida”!
Helena Nogueira
Paróquia de Travassô