Lei de «Memória Histórica» permite à Igreja manter símbolos artísticos e religiosos

Uma modificação de última hora vai permitir à Igreja invocar razões “artístico-religiosas” para não ter que retirar dos seus edifícios símbolos comemorativos da Guerra Civil, no âmbito da Lei de Memória Histórica na passada semana. Aprovada pelo Congresso dos Deputados de Espanha, esta lei vai obrigar a retirada de todos os monumentos, símbolos ou nomes de lugares públicos estabelecidos depois da Guerra Civil espanhola, com excepção dos símbolos artísticos e religiosos da Igreja. O projecto original da lei, que não conseguiu a maioria de votos, contemplava a penalização das instituições privadas, incluindo a Igreja, por não retirar símbolos considerados “franquistas”, incluindo cruzes em honra dos mártires depois do final da Guerra Civil. Beatificação de reconciliação A beatificação dos 498 mártires espanhóis assassinados na perseguição religiosa ocorrida na Espanha, deu um impulso à reconciliação, afirmou o Pe. Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa da Santa Sé, no editorial da última edição de «Octava Dies», um informativo semanal produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, do qual também é director. “Não se deu nunca uma beatificação de 498 pessoas numa só ocasião”. A cerimónia realizada a 28 de Outubro “foi impressionante, mas é ainda mais se se tiver em conta que outros milhares de testemunhas da fé em Cristo passaram pelo mesmo caminho nos mesmos anos e no mesmo país”. Segundo o director da Sala de imprensa do Vaticano, os mártires não pedem “vingança nem hostilidade”. O autêntico milagre do martírio cristão, afirma, “é o perdão, a misericórdia, a reconciliação,a paz, e paradoxalmente, a alegria”. Para quem tinha medo de que este acontecimento se convertesse numa ocasião de recriminações históricas e de divisão, o Pe. Lombardi indica que “a Igreja espanhola soube converte-lo numa ocasião de união interna e dirigida à sociedade actual”.

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